Desde que o mundo é mundo, o forte sobrepuja o fraco. Na espécie humana não poderia ser diferente. O homem, fisicamente mais forte, acostumou-se a ver na mulher um ente frágil e incapaz de dominá-lo ou submetê-lo às suas vontades e seus caprichos. Acontece que evolução exige mudanças e, ao longo do tempo da penosa saga humana, o mundo masculino, ainda que a contragosto, acabou por ver no sexo oposto qualidades que demonstram evidentes diferenças e que suplantam o gênio do homem. Assim, para se ter uma pálida ideia das dificuldades de conquista e superação das mulheres, apenas em 24 de fevereiro de 1.932 em nosso país, a mulher ganhou o direito ao voto, quando casadas e com autorização do marido. E essa restrição não existia apenas no Brasil. Em países tidos como evoluídos, a exemplo da França, a mulher somente ganhou direito ao voto em 1944, enquanto na Suíça essa liberação ocorreu em 1.971.

E, ao longo do tempo, outros direitos foram conquistados pelas mulheres. O incrível machismo restritivo que sempre imperou na classe dominante masculina foi, aos poucos, arrefecendo. As liberdades femininas se expandiram. As universidades, antes um universo fechado e proibitivo às mulheres, passaram a ganhar alunas. A liberdade sexual, protegida pela pílula, a partir dos anos sessenta, passou a ser uma realidade nas opções femininas. Modernamente se sabe que em grande número de universidades brasileiras, as mulheres são maioria. Cargos relevantes na administração pública são preenchidos por mulheres. Em outras palavras, a igualdade, como já referido, a duras penas, vem se tornando uma realidade inequívoca no mundo ocidental.

Porém, sempre há um porém, há homens que não aceitam essa liberalidade e opiniões femininas, e preferem voltar à barbárie, valendo-se de violência e intimidação para impor suas vontades, no mais das vezes totalmente divorciadas de uma realidade presente no universo homem/mulher. Assim, em boa hora vem surgindo normas disciplinadoras legais que visam dar proteção e liberdade de conduta às mulheres, a exemplo da chamada “Lei Maria da Penha” que constitui um escudo seguro e resistente às investidas daqueles que não veem a mulher como ser humano igual a todos nós, apenas com características morfológicas, emocionais e psicológicas diferentes.

Em resumo, sexo frágil uma pinoia. Nada mais antigo que esse rótulo. Mulheres merecem nosso respeito e admiração, por tudo o que representam na sociedade. Afinal, nunca devemos esquecer, como já disse o filósofo, que “a mulher é o primeiro domicilio do homem”.

Décio Divanir Mazeto é Juiz de Direito.

Compartilhar matéria no
O poder das saias