Modernamente, o termo “racismo” é cantado em verso e prosa em todas as mídias e reportagens, sobretudo quando ocorre algum fato que possa lembrar esse tipo de sentimento. Segundo os tratadistas, racismo é “preconceito e discriminação direcionados a quem possui uma raça ou etnia diferente, geralmente se refere à segregação racial. Ou ainda, comportamento hostil dirigido às pessoas ou aos grupos sociais que pertencem a outras raças e/ou etnias. Reunião dos conceitos que afirma existir uma hierarquia entre etnias e/ou raças”.
Trata-se, evidentemente, de sentimento vil e inaceitável na sociedade moderna, na medida em, em princípio, somos todos iguais organicamente e suscetíveis às mesmas emoções e sentimentos, independentemente da cor da pele, da língua que falamos, dos costumes, das crenças e da orientação política. E como justificar esse conflito que às vezes tange às raias da violência física e da insanidade? Segundo autorizados sociólogos, a origem da repulsa a quem não é igual, segundo os critérios de cada um, tem origem no sentido de proteção aos indivíduos da mesma espécie.
Em outras palavras, um grupo social homogêneo, com padrão geneticamente específico, com cultura própria, professando crenças definidas e valores sociais também definidos, sente-se incomodado quando alguém, que não pertença a esse grupo, passa a integrá-lo, porém com características pessoais próprias e diferentes.
Essas características do diferente, para justificar o sentimento de preconceito e racismo, não precisa ser apenas a da cor da pele, mas também sua crença religiosa, usos e costumes que não se coadunam com a maioria e não são aceitos pelo grupo.
E qual a razão dessa repulsa à convivência de pessoas do mesmo grupo, com outras que não seriam iguais em raça, etnia, cor, cultura e religião aos seus integrantes? Obviamente o medo que invade os componentes do grupo ou da nação, de que os “estranhos” possam vir a modificar seu “modus vivendi”, criando uma miscigenação étnica e cultural que não pode ser aceita na sociedade, que, segundo seus integrantes, deve permanecer intocada em sua etnia, cultura e costumes. E é essa repulsa ao outro que deve ser combatida. Temos que exigir de nós mesmos o sentimento de fraternidade com todos os seres viventes desse planeta porque, como já dito anteriormente, somos todos iguais, de forma definitiva.

Décio Divanir Mazeto é Juiz de Direito

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Racismo