Ambientado nos anos 40, romance da escritora brasiliense, Juliana Valentim, aborda temas como amor e solidariedade, ultrapassando as barreiras do tempo
O trabalho escravo nas fazendas brasileiras na década de 40 é o tema central do lançamento O Abrigo de Kulê. A obra, da jornalista e escritora Juliana Valentim, narra a história de Gabriel, um caixeiro viajante contador de histórias, e Maria, uma jovem que ama os livros e sonha em conhecer o mundo. Juntos, eles traçam um caminho em busca da liberdade.
O livro coloca em discussão assuntos que atravessam décadas e permanecem vivos até os dias atuais. Fala de amor, coragem e sororidade, a solidariedade feminina que nasce em tempos desafiadores. A narrativa é construída de forma leve e cheia de fantasia, fazendo o leitor passear por paisagens e costumes do interior do Brasil.
Assim como os protagonistas da obra, no alto dos seus 20 anos, o enredo se revela ao público jovem com uma sucessão de acontecimentos marcantes que transitam pela paixão, decepção, saudade, liberdade, encanto e desencanto.
A capa é um trabalho da desenhista Elaine Lyra, com ilustração digital da Flávia Hashimoto. “Imaginei uma capa que abordasse essa busca pela liberdade de forma lúdica. Por isso, trouxemos o desenho da jovem aprisionada, mas com lindas asas coloridas. É uma imagem que diz muito”, afirma a autora.
Juliana Valentim é jornalista de formação e possui um sólido trabalho nas redes sociais. Em seu perfil literário “Palavras que Dançam”, escreve diariamente textos curtos e fragmentos poéticos. Autora de dois livros anteriores, de crônicas e poesias, ela agora se aventura nas páginas do seu primeiro romance.
“Gerenciar um perfil literário na internet me fez conhecer melhor o meu o leitor. O que eu mais gosto de fazer na vida é escrever um texto e ver como ele chega nas pessoas. Sou eu em cada palavra, viajando por casas e corações que jamais conheceria, não fosse pela poesia”, diz a escritora. Na escrita fluida, Juliana Valentim convida a todos a embarcarem nessa narrativa que enaltece a juventude e mostra que a liberdade é um direito pelo qual se deve lutar, sempre! Despediram-se, então, com uma inquietação na alma. Sentiam vontade de viver demasiadamente, até o talo da vida. As peles queimavam feito uma febre faminta de tudo. Sentiam vontade de engolir o mundo. (O Abrigo de Kulê, p. 20)