“Algumas pessoas mentem porque tem algum tipo de transtorno. Existe um transtorno chamado “mitomania”, ou seja, a pessoa tem o hábito compulsivo de mentir. Além da questão do transtorno, que também é algo bem patológico, tem a questão da autodefesa. Ela mente para se proteger, usa isso como mecanismo de proteção – geralmente são pessoas que têm baixa autoestima, são ansiosas e necessitam dessa autodefesa. Outra questão que leva a pessoa a mentir é a questão do controle. Pessoas que são controladoras, são mais adeptas à mentira. A ideia de manter o controle das situações faz com que a mentira seja necessária”, explica a psicóloga. 

“Outro fator que temos é o medo, às vezes a pessoa mente por medo, para não confrontar o problema. Às vezes é mais fácil mentir do que decepcionar a outra pessoa. Também existe a pessoa de se sentir incluída, ou seja, muitas pessoas mentem para se sentirem incluídas em um grupo. O mitomaníaco faz muito isso, ele começa a desenvolver uma história que não existe ou uma aventura pessoal que ele teve e não é verdade, para se sentir importante nas relações. As mentiras também acontecem para aumentar a verdade, ou seja, a pessoa mente porque quer florear a situação, quer dar um contexto maior para ela sentir que o que está contando, de alguma forma, pudesse ser verdadeiro mesmo não sendo. Dessa forma, ela inventa situações como uma forma de reforçar essa verdade”, diz Vanessa.

“No geral, as causas estão muito relacionadas com esses fatores emocionais como ansiedade, medo, pessoas inseguras e que não conseguem lidar com a frustração. No caso de pessoas que estão muito acostumadas a mentir, é preciso aliviar no caso de ser um mitomaníaco, ter um transtorno que geralmente são os familiares que identificam. Nesse caso, é preciso buscar ajuda para poder trabalhar o autoconhecimento, a autoestima dessa pessoa, para que ela se sinta melhor e mais tranquila, para não reproduzir esses padrões”, entende.

“Quando a pessoa começa a fazer o tratamento psicológico, o psicólogo ajuda a identificar os gatilhos. O que está levando essa pessoa a mentir? Ajuda a identificar situações, emoções, pessoas, lugares que tendem a fazer com que a pessoa evite dizer a verdade. Isso ajuda muito no processo. Ajuda a controlar e identificar as situações. A pessoa, de alguma forma, se torna mais saudável. Ela pratica o autoconhecimento e começa a identificar o porquê de mentir”, conclui a psicóloga.

Sobre Vanessa Gebrim 

Vanessa Gebrim é Pós-Graduada e especialista em Psicologia pela PUC-SP. Teve em seu desenvolvimento profissional a experiência na psicologia hospitalar e terapia de apoio na área de oncologia infantil na Casa Hope e é autora de monografias que orientam psicólogos em diversos hospitais de São Paulo, sobre tratamento de pacientes com câncer (mulheres mastectomizadas e oncologia infantil). É precursora em Alphaville dos tratamentos em trauma emocional, EMDR, Brainspotting, Play Of Life, Barras de Access, HQI, que são ferramentas modernas que otimizam o tempo de terapia e provocam mudanças no âmbito cerebral. Atua também como Consteladora Familiar, com abordagem sistêmica que promove o equilíbrio e melhora relações interpessoais. Tem amplo conhecimento clínico, humanista, positivista e sistêmico e trabalha para provocar mudanças profundas que contribuam para a evolução e o equilíbrio das pessoas. Mais de 20 anos de atendimento a crianças, adolescentes, adultos, casais e idosos, trata transtornos alimentares, depressão, bullying, síndrome do pânico, TOC, ansiedade, transtorno de estresse pós traumático, orientação de pais, distúrbios de aprendizagem, avaliação psicológica, conflitos familiares, luto, entre outros.

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Por que mentimos? Veja explicações da especialista sobre o tema