O essencial é vivido sempre no presente, no aqui e agora, com o que se tem e se pode ter
Vivemos num mundo em constante evolução, com novas tecnologias como a inteligência artificial, a robótica, computadores, internet, celulares, redes sociais…onde tudo muda o tempo todo e somos pressionados de tal forma, que é preciso assumir o controle da gestão de nossas vidas, caso contrário, não nos sobra tempo para sermos nós mesmos e desenvolvermos o que realmente é essencial, envolvendo-nos, muitas vezes, com o que é fugaz.
Nesse mundo com tanta informação e contradição é preciso estar antenado, plugado para não se deixar levar pelas propagandas da mídia que anunciam o que precisamos, a moda que pontua o que deve ser usado, as vitrines que seduzem, as dietas que estimulam a busca do corpo ideal, os influenciadores digitais que incentivam pessoas a tomarem decisões referentes ao estilo de vida. Assim, nessa nossa sociedade de consumo onde vivemos envolvidos com a rotina diária, procurando cumprir tarefas, frequentemente conectado, acessando internet, redes sociais, falando ao telefone, fone de ouvido, estamos continuamente direcionados, ocupados, podendo distanciar-nos do que é necessário, importante e da verdadeira razão de ser.
Como é sabido, a tecnologia está para nos servir, tornar os processos mais eficientes, pergunta-se: será que estamos sabendo usá-la de forma fugaz ou essencial? Aproveitando a oportunidade, vamos conversar e refletir sobre cada uma delas para melhor responder à pergunta acima.
Viver alicerçado, predominantemente, no que é fugaz refere-se a experienciar algo rápido, ligeiro, efêmero, transitório, que desaparece rapidamente, que é passageiro. Situação que passou veloz e não percebeu. Viver um momento fugaz significa vivenciar uma manifestação voraz, algo que foge facilmente e com rapidez, muitas vezes para seguir o outro, ocupar-se…
Por outro lado, é sabido, também, que viver alicerçado, predominantemente, no que é essencial, consiste em experienciar o que é importante, significativo, expressivo. Refere-se ao que faz sentido para você todos os dias de sua vida, a identificar os caminhos que o levam a fazer o que realmente importa, a descobrir-se pela busca contínua do autoconhecimento. Pois, quanto mais a pessoa se conhece, mais torna-se possível identificar seus pontos fracos e fortes, perceber seus erros e acertos, descobrir que aprender pelo amor é bem melhor do que pela dor, descobrir, também, quem deseja ser e o que precisa fazer ao longo da jornada para conquistar o que almeja na vida. Dispondo de conhecimento maior sobre si mesmo, o indivíduo fortalece-se para identificar o que fazer e estimula-se a mover, agir, superar-se, ir além, rumo aos seus objetivos, propósitos e missão.
Viver no essencial significa experienciar o que é duradouro, descobrir-se continuamente e ter a coragem de desfrutar de uma vida fiel ao que se deseja e não à vida que os outros esperam que viva. O essencial é vivido sempre no presente, no aqui e agora, com o que se tem e se pode ter. É estar pleno, inteiro, consciente de seus desejos, suas ações e realizá-las, bem como focar na busca da melhoria contínua, agregando valor a si, ao outro, à comunidade, apoiado sempre na prática do bem e do amor incondicional. Assim sendo, que tenhamos sabedoria e competência para entender o que é algo fugaz ou essencial e saibamos fazer as melhores escolhas para vivermos e desfrutarmos de uma vida plena e realizada.
João Paulino Quartarola é administrador de empresas, especialista em psicanálise clínica e personal coach. O e-mail de contato é o jpquartarola@terra.com.br.