A Black Friday é uma das datas mais aguardadas pelo varejo todos os anos. De acordo com dados da ABCOMM (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), o setor espera faturar mais de R$ 7,93 bilhões em 2024, com um movimento 10,18% maior que em 2023, quando foi atingida a marca de R$ 7,2 bilhões. Porém, com o aumento no número de acessos nos sites, as empresas acabam ficando vulneráveis a ataques cibernéticos.
Até o mês de agosto deste ano, as tentativas de fraude no e-commerce brasileiro registraram um aumento de 66%, conforme o relatório mais recente da Equifax Belavista. Além disso, segundo um estudo da ClearSale, empresa de inteligência de dados para prevenção de crimes cibernéticos, o Brasil registrou mais de 1 milhão de tentativas de fraude, totalizando R$ 1,2 bilhões em prejuízos para os consumidores e empresas.
De acordo com Ricardo Maravalhas, CEO e fundador da DPOnet, o investimento em cibersegurança deve estar entre as prioridades das empresas em todos os setores, principalmente pelo fato da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) estar em vigor. “É fundamental que as empresas tenham uma estrutura robusta de TI que esteja à prova de qualquer tipo de ataque não apenas na Black Friday e sim ao longo de todo o ano. Hoje há um mundo de possibilidades, porque as organizações podem tanto investir na contratação externa (empresas disponíveis no mercado) quanto interna, com profissionais especialistas em privacidade de dados, como os DPOs (do inglês, Data Protection Officer), que atuam como guardiões das companhias, fazendo monitoramentos e controlando o tratamento de dados pessoais, buscando garantir mais segurança e menor vulnerabilidade a invasões”, afirma.
No cenário atual, a perda de dados é uma das maiores preocupações das empresas, pois ela pode ter consequências irreversíveis, não só na questão financeira, mas também operacional e principalmente reputacional. Isso porque, à medida que os dados estão comprometidos, a confiança dos clientes fica estremecida, o que diminui o valor da marca. Por isso, os gestores devem estar atentos ao que há de mais inovador no mercado para mitigar os riscos e diminuir os impactos causados por elas, como é o caso da tecnologia em nuvem.
“A nuvem oferece uma série de vantagens que tornam a perda de dados menos provável e mais gerenciável. Isso acontece porque os provedores de serviços de nuvem implementam rigorosos protocolos de segurança que são constantemente atualizados para enfrentar novas ameaças. Essa abordagem proativa é fundamental para manter os dados seguros. Além disso, a nuvem proporciona uma flexibilidade inigualável. Com soluções de backup automatizadas, é possível garantir que todos os dados críticos sejam regularmente salvos e armazenados em locais seguros. Isso elimina a dependência de backups manuais, que são suscetíveis a erros humanos e falhas de hardware”, afirma Paulo Lima, CEO da Skymail.
Outro fator que impulsiona a migração para a nuvem é a conformidade regulatória. Com leis de proteção de dados cada vez mais rigorosas, as empresas precisam garantir que suas práticas de armazenamento e gerenciamento de dados estejam em conformidade com os padrões exigidos. Por isso, a preocupação com a LGPD e o uso de novas tecnologias devem andar lado a lado e devem ser um ponto de atenção principalmente em datas sazonais, como a Black Friday, onde a demanda é alta e as chances de ter erros são muito maiores.