A Polícia Civil anunciou nesta segunda-feira o afastamento do capitão Diogo Costa Cangerana, preso por suspeita de integrar um esquema do PCC. Na semana passada, o agente foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga o sistema de lavagem de dinheiro da facção criminosa por meio de fintechs, que teria movimentado cerca de R$ 60 bilhões nos últimos cinco anos. A informação sobre a dispensa de Cangerana foi revelada pelo portal de notícias Metrópoles e confirmada pelo GLOBO.
De acordo com informações da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o PM atuava na Casa Militar do Palácio dos Bandeirantes como Chefe de Equipe da Divisão de Segurança de Dignitários do Departamento de Segurança Institucional, de 2012 até 3 de setembro deste ano. A partir dessa data, foi transferido para o 13º Batalhão, na região central.
Enquanto estava na Casa Militar, recebia gratificações justamente por seu cargo ser considerado de confiança do governador. As investigações, no entanto, apontam para um esquema que contava com a atuação de outros policiais militares e civis, gerentes de bancos e contadores, que atendiam pessoas que queriam lavar dinheiro ou enviar e receber recursos do exterior. Também foram encontrados indícios de envolvimento de organizações voltadas ao tráfico de drogas e armas.
Segundo a PF, o esquema movimentou R$ 6 bilhões nos últimos cinco anos, dos quais R$ 800 milhões teriam circulado apenas em 2024, tanto no Brasil quanto em outros países, como Estados Unidos, Panamá, Argentina, Bolívia, Paraguai, Itália, Dubai e China. Em decorrência da investigação, foram cumpridos na semana passada 16 mandados de prisão, estando entre eles o de Cangerana e de outro PM, identificado como Cyllas Salerno Elia Júnior. O segundo agente chegou também a ser citado na delação do empresário Antonio Vinicius Gritzbach, morto no Aeroporto de Guarulhos no dia 8 de novembro.
Sobre Cyllas, pairam as suspeitas de que o banco do qual ele é sócio, o 2 GO Bank, seria usado para praticar atos ilícitos para o crime organizado. A instituição financeira tem atuação sobretudo no mundo esportivo, é patrocinadora do Esporte Clube Vitória e criou o Vitória Bank, uma fintech voltada para torcedores, além de ter uma parceria com a Torcida Independente, do São Paulo Futebol Clube.
O 2 GO chegou a negociar uma parceria com o Corinthians, mas o acordo não foi para frente. Em nota, o clube paulista afirmou ao GLOBO apenas que “recebeu um orçamento como tantos outros” que costumam receber.
Reação de Tarcísio
Na semana passada, o governador comentou a operação da PF durante uma coletiva em Mogi-Guaçu. Ele defendeu a Polícia Militar e afirmou que desvios serão punidos:
— Quem desviar a conduta vai sofrer as penalidades, porque a gente não tolera esse tipo de coisa. Agora, não podemos falar da Polícia, a Polícia é boa, é séria, é profissional e presta um relevante serviço para a sociedade. Toda instituição, infelizmente, tem as maçãs podres, e essas maçãs podres a gente vai tirar desse cesto e punir severamente.
Fonte: O Globo
Fonte Diário Brasil Noticias