O mecanismo pode auxiliar na análise do tremor e, por consequência, na definição da terapia e da dosagem da medicação para pacientes
Um cientista brasileiro desenvolveu um algoritmo capaz de quantificar os movimentos captados por um sensor vestível, neste caso um relógio inteligente de pulso. O objetivo é usar o dispositivo para acompanhar o tratamento de pacientes que sofrem com mal de Parkinson.
Segundo Caetano Ternes Coimbra, pesquisador da Unicamp, o mecanismo pode auxiliar na análise do tremor e, por consequência, na definição da terapia e da dosagem da medicação. A ferramenta também serve para que os próprios pacientes consigam verificar melhoras nos sintomas.
Algoritmo vai detectar sob quais condições o tremor ocorreu
Ao todo, foram desenvolvidos dez aplicativos para um relógio comercial de uso diário, um Galaxy Watch da Samsung. O dispositivo oferece uma solução prática, de baixo custo e confiável para o monitoramento do sono, da ansiedade, da hipertensão, da diabetes e de tremores patológicos e fisiológicos, entre os quais os decorrentes do Parkinson.
Para além da captura de dados, o cientista buscou criar um algoritmo que identifique sob quais condições o tremor ocorreu. O paciente leva para casa o relógio que vai medir o tremor, automática e continuamente, registrando em que horário ele melhorou ou piorou.
O protocolo criado por Coimbra envolve dois tipos de aparelho: a eletroneuromiografia, que mede a ativação dos músculos responsáveis pelo tremor; e o relógio de acelerometria, que mede a aceleração em que se moveu aquele pedaço do corpo.
O algoritmo ainda tem o potencial para ser aplicado a outros sintomas, como bradicinesia (a lentidão de movimento), além de tremores. As informações são do Jornal da Unicamp.
Objetivo é medir objetivamente evolução dos pacientes
- Atualmente, cerca de 2% dos idosos sofrem com o mal de Parkinson.
- São mais de quatro milhões de pessoas acometidas pela doença degenerativa cujos sintomas incluem tremores e lentidão dos movimentos.
- E em apenas 10% dos casos há um diagnóstico feito antes dos 45 anos de idade.
- Este cenário dificulta a percepção de melhora nos pacientes.
- Por isso, o desenvolvimento do algoritmo pode ser fundamental para medir objetivamente a evolução do quadro de saúde das pessoas.
Fonte Olhar Digital