A pandemia chegou à América Latina em um momento de baixo crescimento econômico e levará neste ano 28,7 milhões de pessoas à pobreza, um aumento de 4,4% com relação a 2019, e mais 15,9 milhões à extrema pobreza, crescimento de 2,6%. Segundo a Cepal, agência da ONU criada para coordenar o desenvolvimento regional, 214 milhões de latino-americanos viverão na pobreza no fim de 2020 – 34,7% da população -, com 83,4 milhões na extrema pobreza
O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de US$ 1 por dia e pobreza como viver com até US$ 2 por dia. Para analistas, a piora econômica na América Latina foi agravada pela pandemia, mas é consequência de erros políticos e problemas preexistentes.
“Com o grau de concentração de renda que a América Latina tem, um dos piores do mundo, não há dúvida nenhuma que o impacto será muito forte. A pandemia agravou problemas que já existiam porque, mesmo antes da crise, a Cepal previa um crescimento médio de apenas 1,6% na região”, afirma o professor de relações internacionais da ESPM Leonardo Trevisan.
O cenário é consequência da queda de 5,3% do PIB e do aumento de 3,4% do desemprego na região, segundo projeção da Cepal. As maiores economias do bloco devem ser as mais afetadas: Argentina e Brasil terão os maiores aumentos dos índices de pobreza.