Reunião envolvendo representantes das secretarias municipais do Meio Ambiente e Serviços Públicos, do Trabalho, Turismo e Desenvolvimento Econômico, bem como da Associação Paulista dos Supermercadista (Apas), aconteceu na sede da Associação Comercial e de Inovação de Marília, sobre o comportamento do comércio em geral quanto a destinação e uso das sacolas plásticas.

Segundo o presidente da associação comercial, Carlos Francisco Bitencourt Jorge, esse é um assunto polêmico e complexo, mas que a sociedade de uma maneira em geral deve se adaptar aos novos tempos. 

“É cumprir a lei e pronto”, disse o dirigente ao solicitar dos secretários municipais, Vitor Gazola dos Santos e Rodrigo Más Rosa (adjunto), para que haja uma orientação antecipada e um prazo para adequação. “Como Associação Comercial e fazendo parte de uma sociedade, temos que preservar o meio ambiente em todos os sentidos”, disse ao fazer a solicitação.

O superintendente da associação comercial mariliense, José Augusto Gomes, participou da reunião realizada na entidade e apoiou o movimento e a preocupação das duas secretarias municipais mais a Apas, afinal, as sacolas plásticas também são responsáveis pela poluição dos mares e rios, se tornando altamente prejudicial à vida dos animais. 

Estima-se que cerca de 100 mil pássaros e mamíferos morrem por ano devido à ingestão de sacolas plásticas. “Não é toa que as famosas “sacolinhas” ganharam status de vilãs do meio ambiente”, disse o dirigente ao concordar com a proposta do presidente da entidade empreendedora em haver um trabalho de orientação e informação, além de um prazo para adequação.

“O comércio em geral sempre foi e sempre será a favor do meio ambiente”, garantiu o dirigente que está na entidade há 46 anos. De acordo com o dirigente de Marília, as sacolas plásticas são as principais causadoras de entupimentos nas passagens de água nos bueiros e córregos, contribuindo muito para a retenção de lixo e para as inundações em períodos chuvosos. “E o comércio, principalmente, não gosta disso”, destacou.

Carlos Francisco Bitencourt Jorge disse que o comércio em geral está sufocado com a elevada carga tributária, e está no limite e que será preciso um período de adequação, afinal, os fornecedores devem ceder a sacola gratuitamente ou dar um desconto ao consumidor que levar a própria sacola, abatendo do preço do produto o custo das sacolas. 

“Cada comerciante pensará em como fazer, e nesse sentido, a orientação e o prazo serão fundamentais para que o comerciante em geral possa mudar hábitos e costumes, sem prejuízo”, defendeu ao acrescentar no pedido de prazo para que haja primeiro um trabalho específico entre os supermercadistas e num segundo momento para os comerciantes em geral.

 “Quando incinerados, estas sacolinhas plásticas liberam toxinas perigosas para a saúde”, ressaltou o dirigente ao ser favorável a campanha e a lei.

Outro aspecto que ficou acordado entre os participantes das duas secretarias municipais, da Apas e a Associação Comercial de Marília foi quanto a parceria em campanhas de orientação e instrução neste sentido. “A Associação Comercial tem interesse em colaborar nas campanhas contra o uso de canudos plásticos, sacolinhas, chicletes, recipientes de plástico, dentre outros produtos que poluem e que são de difícil decomposição”, falou Carlos Bitencourt ao tomar conhecimento da Lei Federal n° 12.305/20201, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos. 

“Queremos ajudar na construção de um comportamento saudável e que ajude o meio ambiente, sem prejuízos para quem quer que seja”, falou o presidente da entidade ao recepcionar a todos e parabeniza-los pela iniciativa. 

PROBLEMAS TAMBÉM À SAÚDE DOS HUMANOS

Reportagem recente da Revista Veja, de autoria da jornalista Valéria França, mostra que a maioria dos brasileiros esquece do lixo assim que o
coloca na porta de casa para a coleta pública. Com isso, o descarte irregular de plásticos apenas nos mares é a segunda maior ameça ambiental do planeta, perdendo apenas para a mudança climática, de acordo com a Organização
das Nações Unidas.

Dados atuais da ONG Oceana colocam o Brasil na liderança
dos sujões do planeta. O país é
саmреãо latino-americano e está entre os 10 mais
poluidores do globo. Nesse ranking, ocupa o 8° lugar.

O Brasil despeja
aproximadamente 1,3
milhões de toneladas de plástico nas águas. Em peso, seria o mesmo que afundar
1,3 milhões de carros
pequenos ao ano. 0 volume é grande, porém na perspectiva
global representa apenas 8% do que todos os países
despejam. O plástico é um problema universal. A reciclagem absorve apenas 9% desse lixo no mundo e no
máximo 4% no Brasil.

CONHEÇAALGUNS RISCOS

A poluição plástica causa a morte de bichos. Estudos
apontam que 1.500 espécies são impactadas. Estima-se
por exemplo, que 100 mil pássaros e mamíferos
morram anualmente no Brasil por ingerir sacolas plásticas.
Batizado de “Um Oceano Livre de Plásticos – desafios
para reduzir a poluição
marinha no Brasil”, o estudo alerta que o plástico, quando
ingerido por animais
marinhos, leva à desnutrição, diminuição da imunidade e até à morte, além de expor os organismos a compostos químicos nocivos. No caso das tartarugas-verdes, por
exemplo, cada grama de plástico ingerido aumenta em 450% o risco de definhamento.

E como o ser humano se alimenta de animais, o
microplástico já faz parte da dieta humana. Ele é
encontrado em 9 das 10 espécies de peixes mais consumidos globalmente. No
Brasil, essa contaminação foi
detectada também nos vertebrados que vivem nos riachos da Amazônia.  Praticamente todos que foram analisados (98%) continham plástico no intestino e nas brânquias.

Novas pesquisas já detectam resíduos plásticos no cérebro dos humanos, sendo inclusive uma das causas de demência, entre outras doenças.Tudo isso faz dessa contaminação uma questão de saúde pública. 

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Sem sacolas plásticas: Acim é favorável mas pede prazo e orientação para o comércio varejista e  consumidores. Cerca de 100 mil pássaros e mamíferos morrem no Brasil por ano.  Nos humanos causa até demência e outras doenças. Entenda tudo