
Em discurso de despedida realizado na cerimônia de posse de seu substituto, Alexandre Padilha, a ex-ministra da Saúde Nísia Trindade afirmou que seus dois anos à frente da pasta foram alvo de uma “campanha sistemática e misógina” de desvalorização do seu trabalho. Ela, contudo, não chegou a nomear as pessoas que estariam por trás dessa campanha.
– Ainda que o sentimento predominante em mim seja satisfação por ter feito parte da equipe do presidente Lula e ter servido ao meu país, não posso esquecer que durante os 25 meses em que fui ministra uma campanha sistemática e misógina ocorreu de desvalorização do meu trabalho, da minha capacidade e da minha idoneidade. Não é possível e acho que não devemos aceitar como natural o comportamento político dessa natureza – declarou ela.
A cerimônia ocorreu nesta segunda-feira (10), no Palácio do Planalto. Na ocasião, ela defendeu a construção de uma “nova política, baseada efetivamente no respeito a nós, mulheres, e no diálogo em torno de propostas para melhorar a vida de nossa população”.
Em sua fala, Nísia ainda alegou ter assumido um Ministério da Saúde “desmontado e desacreditado”, em crítica ao governo Jair Bolsonaro (PL), e afirmou ter feito avanços na “reconstrução” da pasta.
– Reconstruímos o Ministério da Saúde, reconstruímos programas que foram marcas fortes nas suas gestões anteriores [Lula] e da presidente Dilma. Além disso, inovamos. Tenho orgulho de afirmar que fui ministra do SUS – assinalou.
Nísia foi demitida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que busca reverter a sua queda de popularidade. Nísia vinha recebendo diversas críticas, como dificuldade na articulação política, leniência na epidemia de dengue, o desperdício de vacinas, a demora em implementar o Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE), entre outras.
O chefe do Executivo optou por realocar o ministro de Relações Institucionais do governo, Alexandre Padilha, para a pasta da Saúde. A avaliação do petista é de que Padilha possui mais experiência política, o que pode ajudar a por o PMAE e outros projetos em prática.
Fonte: Pleno News
Fonte: Diário do Brasil