
O presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre automóveis importados e peças automotivas essenciais, uma decisão que entrou em vigor em abril de 2025 e foi celebrada pelo sindicato United Auto Workers (UAW) como uma “vitória para os trabalhadores americanos”. A medida eleva o imposto sobre veículos importados de 2,5% para 27,5% (e até 50% para caminhões leves), buscando incentivar a produção doméstica e proteger empregos no setor automotivo. Para o UAW, liderado por Shawn Fain, a tarifa corrige décadas de políticas de livre comércio que prejudicaram as comunidades operárias, oferecendo às montadoras um estímulo para realocar a produção aos EUA e criar milhares de vagas sindicalizadas.
A iniciativa faz parte da agenda “Made in America” de Trump, que visa fortalecer a indústria nacional diante de um cenário em que 50% dos carros vendidos nos EUA em 2024 foram fabricados no exterior, especialmente em países como México, Canadá e Japão. Com um déficit comercial de US$ 93,5 bilhões em peças automotivas no último ano, a tarifa é vista como uma tentativa de reverter a perda de 286 mil empregos no setor desde 2000. O sindicato destaca que a medida pode revitalizar comunidades industriais, mas cobra das montadoras que absorvam os custos extras sem repassá-los aos consumidores, cujo preço médio de um carro novo já chega a US$ 50 mil.
Embora o UAW aplauda a decisão, ela enfrenta críticas e desafios. Analistas alertam que os custos mais altos das importações podem encarecer os veículos, enquanto parceiros comerciais como Canadá e México ameaçam retaliar com tarifas próprias sob o USMCA. Trump, no entanto, mantém a posição de que os benefícios de longo prazo, como o fortalecimento da indústria automotiva americana, justificarão os impactos iniciais. “Se você construir seu carro nos Estados Unidos, não há tarifa”, afirmou o presidente, enquanto o sindicato segue pressionando por mais direitos trabalhistas, indicando que a luta dos trabalhadores está apenas começando.
Por Júnior Melo
Fonte:Diário Do Brasil