
A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o chamado racismo reverso — alegado por pessoas brancas, heterossexuais ou de outros grupos “majoritários” — também é proibido pela lei federal que veda discriminação.
A decisão unânime foi tomada no caso Ames v. Ohio Department of Youth Services e invalida uma exigência adicional que vigorava em cerca de 20 estados.
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A Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que o chamado racismo reverso — alegado por pessoas brancas, heterossexuais ou de outros grupos “majoritários” — também é proibido pela lei federal que veda discriminação.
A decisão unânime foi tomada no caso Ames v. Ohio Department of Youth Services e invalida uma exigência adicional que vigorava em cerca de 20 estados.
Marlean Ames, funcionária pública heterossexual de Ohio, alegou ter sido preterida para uma promoção e rebaixada, enquanto colegas LGBT supostamente menos qualificados foram beneficiados.
Sua ação foi rejeitada em instâncias inferiores sob o argumento de que membros de grupos majoritários precisariam demonstrar “circunstâncias contextuais” que provassem discriminação — exigência agora anulada pela Suprema Corte.
A relatora do caso, juíza Ketanji Brown Jackson, afirmou que “o Título VII não impõe um padrão mais elevado para membros de grupos majoritários”.
Segundo a Corte, o texto da Lei dos Direitos Civis de 1964 protege qualquer indivíduo contra discriminação por raça, sexo, religião, cor ou orientação sexual, sem hierarquias de identidade.
A sentença foi aprovada por unanimidade entre os nove ministros, incluindo conservadores e progressistas, e teve apoio formal tanto da administração Biden quanto do governo Trump.
O consenso reforça o entendimento de que o combate à discriminação deve ser universal e que não há forma justificável de racismo — ainda que travestida de reparação.
Grupos conservadores celebraram a decisão como uma vitória da igualdade legal.
A America First Legal declarou que a sentença “corrige um desequilíbrio” no sistema judicial.
Já o NAACP Legal Defense Fund, entidade de esquerda, criticou o novo padrão, afirmando que ele “ignora a história de discriminação sistêmica contra minorias”.
Embora a decisão não trate diretamente de políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI), especialistas apontam que ela pode facilitar ações judiciais contra programas que favoreçam minorias com base em critérios identitários.
A Casa Branca, sob o governo Trump, já revogou medidas woke no setor público e estimula empresas privadas a seguir o mesmo caminho.
Nas redes sociais, conservadores comemoraram o resultado como “reafirmação do mérito individual”.
Nick Sortor, influenciador americano, escreveu que “o absurdo é ter sido necessário levar esse caso até a Suprema Corte”. Já ativistas progressistas alertaram para o risco de “retrocesso disfarçado de imparcialidade”.
Fonte: O Antagonista
Fonte: Diário Do Brasil