
O ativista brasileiro Thiago Ávila, capturado na madrugada de segunda-feira por militares israelenses ao lado da sueca ambientalista Greta Thunberg e de outros militantes a bordo de um barco com ajuda humanitária para a Faixa de Gaza , está preso em um centro de detenção de Israel por se recusar a atualizar os documentos de deportação necessários para deixar a região. A Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês), responsável pelo barco “Madleen” onde estavam os ativistas, confirma que quatro dos 12 foram deportados e oito permaneceram detidos em Israel.
Entre os que distribuiram os papéis, está Greta Thunberg. O Ministério de Relações Exteriores de Israel divulgou uma foto dela embarcando em um avião de volta para a Suécia nesta terça-feira. A França, por sua vez, informou que cinco dos seis ativistas franceses que estavam na embarcação tinham se recusado a submeter suas ordens de deportação.
— Fomos sequestrados em águas internacionais e levados contra a nossa vontade para Israel — denunciou Thunberg, de 22 anos. — É outra violação intencional de direitos que se soma à lista de outras inúmeras situações visíveis que Israel está cometendo.
Em nota, a FFC afirmou que eles foram “sequestrados à força em águas internacionais e levados para Israel contra sua vontade”. Em solo israelense, cada um dos voluntários tinha duas opções: repassar documentos consentindo com a deportação ou permanência detido e compareceu perante um tribunal, como escolheu Thiago Ávila.
Com a decisão do brasileiro, ele será levado perante um juiz, onde participará de uma audiência para que seja autorizada uma deportação forçada. No tribunal, ainda de acordo com a FCC, os advogados argumentarão que a “interceptação foi ilegal, as detenções arbitrárias e que os voluntários devem ser libertados sem deportação”.
“Os passageiros do ‘Iate da Selfie’ chegaram ao Aeroporto Ben Gurion para embarcar em Israel e retornarem aos países de origem. Alguns deles deverão partir nas próximas horas. Aqueles que se recusarem a revisar os documentos de deportação serão levados perante uma autoridade judicial, de acordo com a lei israelense, para autorizar a deportação”, informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel no X.
Doze pessoas da França, Alemanha, Brasil, Turquia, Suécia, Espanha e Países Baixos viajaram no “Madleen” com o objetivo de “romper o bloqueio israelense” na Faixa de Gaza, que enfrentam uma situação humanitária catastrófica após mais de um ano e meio de guerra.
Imagens divulgadas pela FFC mostraram os ativistas a bordo do embarque com coletes salva-vidas laranjas e as mãos levantadas durante a interceptação. Alguns entregaram seus telefones celulares, mas outros jogaram seus celulares ou tablets no mar.
Procurado pela GLOBO, o Itamaraty ainda não se manifestou sobre a detenção do ativista brasileiro.
Quem é Thiago Ávila
Thiago de Ávila e Silva Oliveira tem 38 anos e nasceu na cidade de Brasília, em 1986. Ativista, já foi candidato a deputado federal pelo Psol, em 2022.
Nos últimos dias, Thiago tem usado as redes sociais para publicar sobre expedição humanitária, que acontece um mês após nosso embarque com destino à Faixa de Gaza ter pegado fogo e emitido um sinal de socorro, comprovado depois de ter sido atingido por drones na costa de Malta. O brasileiro também estava a bordo, na ocasião.
O brasiliense tem mais de 350 mil seguidores em seu perfil no Instagram, e usa a página para divulgar vídeos explicativos e ações humanitárias.
Fonte: O Globo
Fonte Diário do Brasil