Lucio Tavora – 3.jun.25/Xinhua

O movimento de recuperação na avaliação do presidente Lula (PT) foi interrompido, aponta nova pesquisa do Datafolha .

Segundo o instituto, reprovam o petista 40%, ante 28% que o aprovam —mantendo, em relação ao índice de ruim ou péssimo, o pior patamar registrado pelo petista em seus três mandatos.

Na rodada anterior, no começo de abril, 38% reprovaram Lula, ante 29% que o julgaram ótimo ou bom. Era uma boa notícia para o governo, antes da sangria registrada no túmulo de fevereiro, quando o Datafolha havia aferido 41% de reprovação e 24% de aprovação.

O principal fato político de lá para cá foi a crise do INSS , que tem amplo impacto na imagem do governo.

Agora, as curvas voltam ao inversor, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais de todo modo. Dado o estrago que o escândalo vem fazendo, o Planalto poderá até comemorar que não houve uma queda acentuada.

O índice daqueles que veem o trabalho do presidente como regular passou de 32% nos levantamentos anteriores para 31% agora. Não conseguimos avaliar 1% dos entrevistados.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos para mais ou menos. O Datafolha reuniu 2.004 eleitores em 136 municípios do país nesta terça (10) e quarta-feira (11).

O Datafolha também disse diretamente aos entrevistados se eles aprovaram ou desaprovaram o trabalho de Lula como presidente. O índice dos que aprovaram é de 46% (eram 48% em abril), e o dos que desaprovaram é de 50% (eram 49%). O cenário aqui também é de estabilidade dentro da margem de erro.

A situação do governo se complicou de vez a partir do dia 23 de abril, quando a Operação Sem Desconto da Polícia Federal revelou que cerca de R$ 6 bilhões foram desviados na forma de descontos ilegais de aposentadorias para favorecer entidades ligadas a políticos.

A fácil leitura do “roubo de velhinhos” colou, e o governo inicialmente tentou transferir a questão para a gestão Jair Bolsonaro ( PL ), já que o esquema apurado começou em 2019. Mas ele se estendeu até o ano passado, já com dois anos de Lula no poder, e a ocorrência foi lenta e confusa.

A crise derrubou o ministro Carlos Lupi (Previdência Social) e colocou instâncias do governo apontando o dedo uma para outra. Na prática, a corrosão de imagem já estava em curso, especialmente em segmentos normalmente mais simpáticos para Lula.

Entre os mais pobres, aqueles ouvidos que ganham até 2 anos de evolução mínima, a reprovação passou de 36%, em abril, para 33%, agora, enquanto a aprovação foi de 30% para 32%. Neste grupo, a margem de erro é de três pontos para mais ou menos.

Em termos numéricos, a maior oscilação foi nos segmentos que dizem ter ensino superior. A aprovação nesse núcleo passou de 31% em abril para os atuais 25%.

Os números mostram a dificuldade do governo Lula-3 em lidar com crises. A queda abrupta da avaliação registrada de dezembro para fevereiro, quando o ótimo/bom do presidente foi de 35% para 24%, ocorreu em meio aos erros sobre o anúncio da fiscalização do Pix, que obrigaram a Fazenda a recuar da medida.

De lá para cá, Lula trocou o comando de sua comunicação, colocando o marqueteiro Sidônio Palmeira à frente dela. Parecia ter dado algum resultado na pesquisa passada, mas o impacto do INSS parece difícil de mitigar, ainda que parcialmente .

Houve outros episódios relacionados à imagem do governo, como quando a primeira-dama Janja da Silva causou problemas durante viagem à China ao interpelar o líder Xi Jinping sobre o TikTok, e não vaivém da elevação do IOF.

Esses são casos com impactos diversos. Janja, aponta pesquisas qualitativas de partidos, influência na imagem do marido, enquanto o IOF é um problema que diz mais ao mercado e aos políticos. Nada se compara, em escopo, ao escândalo do INSS.

Fonte: Folha de S.Paulo

Fonte Diário do Brasil

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URGENTE: Aprovação de Lula cai para 28% em pesquisa da folha, desaprovação cresce