O
adiamento no recolhimento de tributos e os efeitos econômicos da crise
provocada pela pandemia do novo coronavírus levaram a arrecadação de impostos e
contribuições federais a mais um tombo no mês de maio, informou nesta
terça-feira, 23, a Receita Federal. Ingressaram nos cofres públicos R$ 77,415
bilhões no mês passado, uma queda real de 32,92% em relação a maio de 2019, já
descontada a inflação no período.
Segundo os dados da Receita, o diferimento de
tributos – medida adotada para aliviar o caixa de empresas num momento de forte
queda no faturamento – teve um impacto negativo de R$ 29,92 bilhões no mês
passado.
Houve ainda uma queda de R$ 2,351 bilhões na
arrecadação devido à desoneração do IOF nas operações de crédito, outra medida
adotada para facilitar a renegociação de dívidas por empresas e pessoas físicas
nesse momento de dificuldades.
Em relação a abril deste ano, a arrecadação em
maio foi 23,18% pior em termos reais. O resultado das receitas veio abaixo da
mediana das expectativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo
Projeções Broadcast, calculada em R$ 79,80 bilhões, e dentro do intervalo das
previsões, de R$ 38,860 bilhões a R$ 94,260 bilhões.
No ano, a arrecadação federal soma R$ 579,708
bilhões, o pior desempenho para o período desde 2010. O montante ainda
representa recuo de 11,93% na comparação com igual período do ano passado.
Segundo a Receita Federal, o impacto total do
diferimento dos tributos pode chegar a R$ 121,451 bilhões, considerando que
todos os contribuintes utilizem o instrumento.
Até agora, o governo concedeu o adiamento nos
recolhimentos de PIS/Cofins, contribuição previdenciária, IRPJ, CSLL e
PIS/Cofins para empresas do Simples Nacional, assim como prorrogação de prazos
para pagamento de parcelamentos de tributos realizados no passado.