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O advogado Martin de Luca, que representa a Trump Media Group e a plataforma de vídeos Rumble em ações contra Alexandre de Moraes nos EUA, diz que virou alvo da Polícia Federal no Brasil por se levantar contra os desmandos do magistrado.

O relatório final da investigação da PF contra Jair e Eduardo Bolsonaro por tentativa de obstrução da Justiça mostra uma troca de mensagens, informações e conselhos entre o advogado e o ex-presidente brasileiro.

Bolsonaro chegou a consultá-lo antes de postar uma carta comentando o tarifaço de Trump contra o Brasil, e ele enviou ao ex-persidente informações e petições da ação contra Moraes nos EUA. Para a PF, os dois se aliaram para atacar Moraes visando a “deslegitimação das decisões judiciais que conflitem com interesses comuns entre o ex-presidente e a plataforma Rumble”.

“Nesta noite, passo a integrar um clube exclusivo de americanos que foram alvo por se levantarem contra Alexandre de Moraes”, diz De Luca em nota enviada à coluna.

“A tentativa da própria Polícia Federal de Moraes de retratar correspondências profissionais rotineiras como prova de uma suposta ‘subordinação estrangeira’ é apenas a mais recente manobra desesperada para mantê-lo de pé”, afirma.

Ele diz que, como advogado norte-americano, presta “regularmente orientação jurídica e de comunicação. Esse é o meu trabalho. Oferecer sugestões sobre a redação de uma breve nota pública ou encaminhar um documento judicial público é absolutamente comum. Ainda assim, esses atos rotineiros agora são distorcidos e apresentados como teorias conspiratórias”.

“Seguindo essa lógica, qualquer líder político que consulte um advogado, redator de discursos ou estrategista estaria conspirando para derrubar a democracia”, segue.

Em áudio enviado à coluna, ele afirmou que “o nível de absurdo já está demais” no Brasil. Para ele, Moraes está passando de “todos, todos os limites”.

Na nota, ele afirma ainda que “a mensagem [da PF ao citá-lo] é inconfundível. Qualquer um que ouse criticar ou expor a incansável campanha de censura de Moraes será alvo — seja você advogado, cidadão americano ou alguém que fala livremente em solo dos Estados Unidos. Ou as três coisas ao mesmo tempo”.

Ele finaliza afirmando que “a liberdade de expressão não é concedida pelos governos; ela é inerente a cada pessoa. Como advertiu Benjamin Franklin: ‘Quem quiser derrubar a liberdade de uma nação deve começar por subjugar a liberdade de expressão.’ Continuarei realizando meu trabalho de forma transparente e profissional, sem medo. A verdadeira responsabilização de Moraes não virá por meio de relatórios policiais, mas sim nos tribunais dos Estados Unidos — onde ainda o aguardamos.”

Fonte: Folha de S. Paulo

Fonte: Diário Do Brasil

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Advogado de Trump diz que é alvo da PF por se ‘levantar contra Alexandre de Moraes’