Reprodução: rede social X

Em um breaknews que movimenta o cenário político boliviano e repercute em toda a América Latina, a ex-presidente interina Jeanine Áñez foi libertada nesta terça-feira, 26 de agosto de 2025, após passar 4 anos, 5 meses e 13 dias detida. A decisão partiu de um tribunal boliviano que suspendeu as medidas cautelares impostas contra ela e anulou o julgamento ordinário em que era processada por suposta participação em um “golpe de Estado” em 2019.

Áñez havia sido presa em 13 de março de 2021, em meio a um processo conduzido pela então hegemonia política do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Evo Morales e Luis Arce. Sua prisão foi amplamente denunciada por organismos internacionais e entidades de defesa dos direitos humanos como um ato de perseguição política, já que as acusações de “terrorismo” e “conspiração” foram vistas por juristas independentes como frágeis e sem sustentação jurídica sólida.

A libertação da ex-presidente ocorre justamente após a derrota da esquerda boliviana nas últimas eleições gerais, o que abre espaço para uma guinada política no país. Analistas apontam que a decisão judicial reflete uma tentativa de restabelecer a credibilidade das instituições, profundamente questionadas durante o período em que a ex-mandatária esteve presa.

Jeanine Áñez, que assumiu a presidência interina da Bolívia em 2019 após a renúncia de Evo Morales em meio a denúncias de fraude eleitoral, sempre defendeu sua inocência e denunciou ter sido vítima de uma vingança política do MAS. Sua longa detenção se tornou símbolo da fragilidade democrática boliviana, onde o uso do sistema judicial para perseguir opositores foi prática recorrente nos últimos anos.

A libertação, no entanto, não significa o fim da disputa. A ex-presidente ainda enfrenta processos, mas o novo cenário político pode pavimentar o caminho para uma revisão mais ampla dos julgamentos realizados sob influência do governo anterior. Para setores da oposição, o episódio reforça a necessidade de uma reforma judicial profunda na Bolívia, de modo a impedir que a Justiça siga funcionando como braço político de quem está no poder.

Fonte: Diário Do Brasil

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Justiça liberta ex-presidente, acusada de golpista desde 2019,Jeanine Áňez,após Vitória dadireita no país