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O governo da França determinou que sua rede hospitalar esteja pronta para atender em um cenário de guerra de grandes proporções.
Segundo documentos revelados pelo jornal Le Canard Enchaîné, a orientação é que os centros de saúde do país assumam, até março de 2026, a função de unidades de tratamento para um volume massivo de feridos de guerra, tanto franceses quanto aliados da Otan.
O Ministério da Saúde francês afirmou que a medida busca “antecipar, preparar e responder às necessidades de saúde da população, ao mesmo tempo que integra as necessidades específicas da defesa no campo da saúde”.
A pasta reconheceu que será necessário lidar com a chegada de militares estrangeiros ao sistema civil: “Portanto, é uma questão para o nosso sistema de saúde antecipar o atendimento de pacientes militares no sistema de saúde civil”.
Tensão entre Rússia e Ocidente
A ordem ocorre em meio ao aumento das tensões entre Rússia e países ocidentais.
O general alemão Carsten Breuer, chefe das Forças Armadas, destacou que a Otan entrará em alerta máximo durante o exercício militar russo Zapad 2025, previsto para ocorrer em Belarus.
“Não temos nenhuma indicação de que os preparativos para um ataque estejam sendo feitos sob o disfarce do exercício. Mas estaremos em guarda, não apenas em relação às forças alemãs, mas também à Otan”, declarou.
Pelo Artigo 5 do tratado da aliança, um ataque contra a França ou qualquer outro membro aciona automaticamente a defesa coletiva, envolvendo países como Estados Unidos e Reino Unido e ampliando um conflito regional para escala global.
Risco de escalada global
O secretário-geral da Otan, Mark Rutte, reforçou a gravidade do cenário. Ele afirmou que Moscou e Pequim podem coordenar ofensivas simultâneas — a China contra Taiwan e a Rússia contra territórios da Otan, como Estônia, Letônia e Lituânia.
“É bem provável que essa seja a forma como isso irá progredir”, disse em julho.
Rutte também chamou atenção para o desequilíbrio na produção bélica: “Eles agora estão produzindo três vezes mais munição em três meses do que toda a Otan produz em um ano. Isso é insustentável.”
Preparativos em outros países
O movimento de prontidão não se restringe à França. Diversos governos europeus reforçam defesas e ampliam treinamentos militares.
Na Noruega, civis participam de simulações para escapar de tanques russos. Nos países bálticos, está em construção uma linha conjunta de defesa, com campos minados, valas antitanque e sistemas de foguetes.
Suécia e Noruega também distribuíram guias de sobrevivência às famílias, com orientações sobre racionamento de alimentos, estocagem de suprimentos e preparo para bombardeios.
Em julho, França e Reino Unido ampliaram sua cooperação militar com um acordo para coordenação de ataques nucleares em caso de guerra — a primeira vez que Paris se compromete a usar armas atômicas em defesa de aliados.
Fonte: Fator RRH
Fonte: Diário Do Brasil