Diversas ações de conscientização sobre a importância da doação de órgãos são desenvolvidas pelo hospital

Realizada na manhã deste dia 8 de setembro, no salão de reuniões da instituição, a abertura do Setembro Verde na Santa Casa de Marília foi marcada pela emoção com depoimentos de transplantados.

O advogado Joaci Soares de Lima, de 45 anos, chegou a fazer sessões de hemodiálise por nove meses, até receber a notícia de que o rim da mãe dele, a aposentada Maria José Soares de Lima, de 65 anos, era compatível com o dele. “No dia 22 de outubro de 2009 foi realizado o transplante e graças a Deus transcorreu tudo da melhor forma. Vai fazer 16 anos que tenho outra qualidade de vida. Costumo dizer que a minha mãe me deu à vida duas vezes: no nascimento e com o transplante”.

A mãe de Joaci, Maria José Soares de Lima, lembra que vive normalmente com um rim. “Dois dias depois da retirada de um dos meus rins já estava caminhando normalmente pelo hospital. O pessoal até comentava que a minha recuperação rápida era porque eu comia bem, por ser do nordeste do País”, disse ela, com muito bom humor. “É uma alegria ver meu filho bem e cheio de vida”, complementou ela.

A porteira Cleonice Gomes dos Santos, de 54 anos, sofria por ver as pessoas com fístulas e depois de ter iniciado o tratamento de diálise há um ano e meio, recebeu, segundo ela mesma, a terceira melhor notícia da vida dela. “Só não foi mais emocionante que os nascimentos dos meus filhos e dos meus netos. Foi muito bom saber que tinha um doador compatível e que eu receberia um rim. Hoje estou transplantada já faz oito anos e posso dizer que tenho uma qualidade de vida muito boa”.

A aposentada Maria Isabel Lacava, de 74 anos, também contou sua experiência, após receber a notícia do médico sobre um problema no fígado dela. “Então fiquei sabendo que precisaria fazer um transplante. Já faz oito anos que recebi um fígado e posso dizer que vivo muito bem. É sempre uma emoção muito grande lembrar que alguém fez este ato tão bonito de doação que salvou minha vida”.

A coordenadora da CIHDOTT (Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante) da Santa Casa de Marília, Marisa Stradioto, falou da importância das pessoas avisarem as suas famílias que são doadoras. “Isso é muito importante no sentido de facilitar no momento da abordagem. Este é o principal foco da nossa campanha”.

O diretor-administrativo da Santa Casa de Marília, João Luís Castro Vellucci, exaltou o trabalho desenvolvido pela CIHDOTT do hospital e o empenho destes profissionais para estimular este ato de amor que é a doação de órgãos. “Sabemos que este gesto salva até oito vidas e por isso a importância deste trabalho de conscientização da nossa equipe”.

O médico coordenador da OPO (Organização de Procura de Órgãos) Marília, Renato Tambelli, explanou um pouco do funcionamento do processo de doação de órgãos. “É muita gente envolvida neste trabalho, que se inicia com a constatação da morte encefálica do paciente. Acionamos a Central de Transplantes, que no nosso caso, tem Ribeirão Preto como referência e de acordo com a compatibilidade são indicados os transplantes, caso haja a autorização da família do doador. Para o transporte de órgãos como o coração, é necessário o transporte aéreo por conta do pouco tempo para o referido transplante (quatro a seis horas) e, para isso, temos o apoio das aeronaves da FAB (Força Aérea Brasileira) e em alguns casos aeronaves civis autorizadas pela Central de Transplante. É muito gratificante saber que um órgão de um paciente que está perdendo a vida está sendo destinado para dar vida a outra pessoa”.

A programação

A Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante da Santa Casa de Marília promove diversas ações de conscientização sobre a doação de órgãos no Setembro Verde. 

No último dia 5 e no próximo dia 26 de setembro, a partir das 20h, profissionais da CIHDOTT estão participando da Sexta Show do Yara Clube. Na oportunidade, informações importantes sobre captação de doadores e transplantes de órgãos estão sendo passadas aos frequentadores da atividade social do clube.

Neste dia 9 de setembro (terça-feira), às 10h, palestra com o tema “Doação de Órgãos. Um Ato de Amor” estará sendo ministrada na escola estadual Baltazar de Godoy Moreira, no bairro Somenzari, zona oeste da cidade.

No dia 15 de setembro (segunda-feira), às 13h, é a vez dos alunos da Fatec (Faculdade de Tecnologia) Marília “Estudante Rafael Almeida Camarinha” terem acesso às explanações de profissionais da CIHDOTT sobre “Doação de Órgãos e Transplantes”.
 
E no dia 28 de setembro, a partir das 9h, na avenida das Esmeraldas (saída defronte à Praça da Emdurb – Empresa Municipal de Mobilidade Urbana), fazendo parte do Domingo da Família promovido pela Secretaria Municipal de Cultura, acontece a 6ª Caminhada pela Doação de Órgãos. Antes da saída, professores da academia Skyfit estarão fazendo o aquecimento com atividade de dança junto aos participantes do evento.

Os prédios da avenida Vicente Ferreira e do Complexo Ambulatorial “Bento de Abre Sampaio Vidal” ficam iluminados na cor verde em alusão à campanha durante todo o mês de setembro.

Doações e transplantes

A Santa Casa de Marília realiza importante trabalho na captação de doadores, através da CIHDOTT, que faz um trabalho integrado com equipe multiprofissional e setores estratégicos do hospital neste processo, seguindo as diretrizes da OPO (Organização de Procura de Órgãos) e da Central de Transplantes, sob a coordenação da Secretaria de Estado da Saúde.

Somente nos oito primeiros meses de 2025, a Santa Casa de Marília realizou mais captações de órgãos que no ano passado. Foram 26 captações este ano e 20 em 2024. 

O hospital é um dos mais tradicionais centros de transplantes renais do interior de São Paulo, sendo que o primeiro procedimento do gênero já foi realizado há mais de 40 anos. Há dois anos, a Santa Casa de Marília também iniciou os transplantes de fígado, após processo de três anos para o credenciamento junto ao Ministério da Saúde. Quatro transplantes de rim e dois transplantes de fígados foram realizados, de janeiro a agosto de 2025, na Santa Casa de Marília. Em todo ano de 2024, foram 12 transplantes de rim e cinco transplantes de fígado.
 

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Abertura do Setembro Verde na Santa Casa de Marília é marcada por emoção com depoimentos de transplantados