Por Jim Dobson
O futuro do transporte pessoal vem evoluindo rapidamente, com novos lançamentos a cada ano. Durante décadas, houve quem imaginasse atravessar os céus como um super-herói ou deslizar rente ao solo em uma moto voadora de ficção científica. Agora, essa ideia começa a se materializar.
A Volonaut Airbike é uma aeronave pessoal movida a jato, criada para oferecer a um único piloto a sensação de voar. A máquina, compacta e leve, foi projetada para transformar a experiência de locomoção.
Airbike foi desenvolvida pelo inventor e empresário polonês Tomasz Patan, que trabalhou no projeto durante anos em modo sigiloso até apresentá-lo publicamente.
Pesando apenas 30 quilos, muito menos do que uma motocicleta comum, a Airbike utiliza múltiplos motores a jato em vez de hélices ou rotores no estilo de helicópteros, como ocorre na maioria das aeronaves de decolagem e pouso vertical. O design reduz vibrações e proporciona um voo mais estável e responsivo, mudando a função e a sensação de pilotagem.
Segundo Patan, o objetivo sempre foi criar uma máquina voadora pessoal que parecesse saída de um filme de ficção científica, mas baseada em tecnologia confiável. O resultado é um veículo em funcionamento e com desempenho real.
O inventor buscou unir inovação tecnológica à experiência de pilotar uma motocicleta — só que no ar.
O piloto assume uma posição inclinada para a frente, utilizando controles semelhantes aos de uma moto, enquanto um software de estabilização realiza grande parte do trabalho técnico. A operação é descrita como simples, dispensando treinamento em aviação. Ainda assim, a empresa oferecerá instruções profissionais.
Por se enquadrar na categoria ultraleve da regulamentação norte-americana CFR Parte 103, a Airbike não exige licença de piloto. Pode ser abastecida com querosene de aviação, querosene comum, diesel ou biodiesel, e o reabastecimento leva menos de um minuto.
Atualmente, a Airbike suporta até 95 quilos e atinge velocidade máxima de 101 km/h. Sua autonomia é de cerca de 10 minutos, o que limita seu uso a voos recreativos e de demonstração.
Patan reconhece as restrições e descreve o modelo como uma primeira geração. O uso principal é recreativo, embora a mobilidade rápida e o tamanho reduzido possam ser vantajosos em situações específicas. Segundo ele, versões futuras deverão superar as limitações atuais, tornando-se mais acessíveis.
Outro obstáculo é o preço. A Airbike está em fase de pré-venda por US$ 880 mil (R$ 4,7 milhões), o que restringe o acesso a um público com alto poder aquisitivo. Ainda assim, a máquina representa um marco na aviação.
De acordo com material de divulgação, trata-se da primeira moto voadora movida a jato a realizar voo estável e controlado sem o uso de hélices, um avanço que pode influenciar a próxima fase da mobilidade aérea pessoal.
Grandes fabricantes como Hyundai, Volkswagen e Rolls-Royce também desenvolvem veículos aéreos pessoais, como carros voadores e aeronaves elétricas de decolagem e pouso vertical, capazes de transportar múltiplos passageiros — ao contrário da Airbike, projetada para apenas um.
Imagens recentes do voo de teste mostram a Airbike pairando e pousando, levantando a perspectiva de novas formas de turismo e exploração em áreas de difícil acesso.
Patan destaca que a experiência emocional é tão importante quanto a tecnologia. Para ele, o piloto sente a liberdade de se mover em três dimensões com pouco esforço, aproximando-se da sensação de voar como um personagem de ficção.
A Airbike representa uma etapa inicial no desenvolvimento de novas possibilidades de transporte. Segundo Patan, ela oferece uma experiência até então restrita ao cinema de ficção científica, levando o usuário a vivenciar uma forma inédita de mobilidade aérea.
Fonte: Forbes Brasil
