Ricardo Stuckert/PR

O governo Lula 3 já admite que, a partir de 2027, pode faltar dinheiro para serviços básicos como saúde, educação e segurança pública. O motivo é que quase todo o orçamento estará comprometido com aposentadorias, pagamento de dívidas e juros. Isso deixa pouco ou nenhum espaço para o investimento em áreas essenciais e serviços básicos.

Por um lado, os números oficiais tentam transmitir uma sensação de estabilidade, criando uma espécie de realidade paralela para mostrar ao mercado e ao mundo que está tudo bem. A taxa de desemprego, segundo o IBGE, caiu para 5,6%, o menor índice da série histórica. A inflação acumulada em 12 meses gira em torno de 5%, dentro de uma meta considerada aceitável.

Os dados, apesar disso, não retratam o que a população sente no dia a dia. Muitos trabalhadores estão empregados em funções informais, precárias e mal remuneradas. Além disso, houve um aumento considerável nos programas sociais, como o Bolsa Família. E, apesar do índice ‘controlado’ de inflação, o preço de itens básicos como alimentos, energia e transporte tem pesado cada vez mais no bolso.

A realidade traz algo muito pior: mais de 71 milhões de brasileiros estão inadimplentes, quase metade da população adulta. Entre as empresas, o caos também preocupa. Em 2024, foram registrados 2.273 pedidos de recuperação judicial, o maior número da série histórica e um aumento de mais de 60% em relação ao ano anterior. Em 2025, o ritmo continua elevado, com milhares de negócios tentando sobreviver em meio a juros altos, aumento de impostos e queda no consumo.

Enquanto isso, a dívida pública segue subindo quase que exponencialmente. Já são mais de 79% do PIB comprometidos, e o déficit nominal para 2025 pode se aproximar de R$ 1 trilhão. A combinação é explosiva: juros altíssimos, arrecadação em queda, empresas quebrando e famílias endividadas.

A comparação com a crise da era Dilma é inevitável. Naquele período, os déficits aceleraram, estatais foram usadas para manipular preços e a confiança no governo despencou, levando à recessão de 2014 a 2016. Agora, o governo, sem espaço fiscal, corre o risco de não conseguir manter sequer a máquina pública funcionando.

Fonte: Conexão Política

Fonte: Diário Do Brasil

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Governo Lula já admite que pode faltar dinheiro para serviços básicos a partir de 2027