
Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
A Âmbar, braço de energia da J&F Investimentos, dos irmãos Wesley e Joesley Batista, assinou um contrato para adquirir a participação da Eletrobras na Eletronuclear, empresa responsável pelo Complexo Nuclear de Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Por 535 milhões de reais, a Âmbar terá direito a 68% do capital total e de 35,3% do capital votante da Eletronuclear.
Com 64,7% do capital votante e cerca de 32% do capital total, a União, que não faz parte da transação, continuará controlando a Eletronuclear por meio da Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional (ENBPar).
A operação foi anunciada em comunicado ao mercado:
“Eletrobras (‘Companhia’), informa que, em complemento aos fatos relevantes de 31 de julho e 05 de dezembro de 2024, e de 28 de fevereiro e 26 de março de 2025, conforme previsto no Termo de Conciliação firmado com a União e submetido à homologação na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 7.385, efetivou em 14 de outubro de 2025, a assinatura de contrato de compra e venda com a J&F S.A. para alienação de sua participação integral na coligada Eletronuclear.”
Diz o comunicado que “a Compradora assumirá as garantias prestadas pela Eletrobras em favor da Eletronuclear, adotando as providências necessárias junto aos respectivos credores e parceiros da mesma”.
Além disso, “a Compradora assumirá a responsabilidade pela integralização das debêntures acordadas no Termo de Conciliação firmado com a União, no valor de R$ 2,4 bilhões”.
Assessorada pelo banco BTG Pactual, a operação é “resultado de um processo competitivo que teve seus esforços iniciados em 2023”.
“Considerando o valor de investimento registrado na coligada de R$ 7,8 bilhões no 2T25, o processo de venda resultou numa provisão de aproximadamente R$ 7 bilhões, contabilizada no 3T25”, continuou o fato relevante.
“A transação representa um marco importante para a Eletrobras e reforça o compromisso assumido com os seus acionistas e o mercado, de otimização de seu portfólio e alocação de capital, com foco na geração de valor e simplificação de sua estrutura conforme previsto em seu Plano Estratégico”, completou.
A ajuda do governo aos irmãos Batista
Como Crusoé apontou na raiz, em dezembro de 2023, na reportagem “Um choque de anticapitalismo” e na matéria de capa “De volta para o passado”, o governo Lula vem garantindo lucros aos irmãos Batista às custas dos brasileiros.
O governo Lula publicou, em 13 de junho de 2024, uma medida provisória de socorro ao caixa da Amazonas Energia, distribuidora de energia elétrica do estado do Amazonas que há tempos tem dificuldades de caixa e está inadimplente com termelétricas fornecedoras, para cobrir os pagamentos devidos pela empresa às termelétricas recém-compradas pela Âmbar, braço de energia da J&F Investimentos, dos irmãos Wesley e Joesley Batista.
Assinado pelo presidente em exercício Geraldo Alckmin, já que Lula cumpria agenda na Europa, o texto previa que os consumidores pagassem o socorro financeiro por até 15 anos.
No cálculo de operadores do mercado de energia, os custos poderiam variar de 2 bilhões a 2,7 bilhões reais por ano, com a possibilidade de passar de 30 bilhões de reais no final do prazo.
A MP determinou que os contratos de fornecimento das térmicas com a Amazonas Energia fossem pagos pela Conta de Energia de Reserva, paga por todos os consumidores de energia e gerida pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Após aprovar o socorro ao caixa da Amazonas Energia, o Ministério de Minas e Energia relativizou o aumento na conta de luz provocado pela MP, tratando os valores como “irrisórios”.
Fonte: O antagonista
Fonte: Diário Do Brasil