* Por Valcelí Leite

“Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” — Tiago 1:19

A comunicação conjugal não se quebra apenas com palavras duras, mas também com silêncios carregados, interrupções constantes e falta de escuta genuína. Quando um casal deixa de se ouvir profundamente, instala-se um distanciamento que, aos poucos, corrói a confiança. Recuperar o diálogo não depende de discursos elaborados, mas de atitudes práticas, consistentes e emocionalmente presentes.

A seguir, três atitudes Teoterapêuticas essenciais para restaurar a comunicação conjugal:

1. Silêncio ativo: 

     ouvir sem se 

     defender

O silêncio ativo não é omissão, mas uma escuta intencional. Enquanto um fala, o outro escolhe não preparar respostas, contra-ataques ou justificativas. Escuta para compreender, não para vencer.

Na prática clínica, muitos casais relatam que não são ouvidos, apenas tolerados. A escuta terapêutica no casamento envolve presença integral — olhos atentos, corpo voltado, mente aberta. A base dessa atitude se conecta ao que Marshall Rosenberg chama de Comunicação Não Violenta (CNV): antes de responder, é preciso acolher.

Pergunta terapêutica: Você consegue ouvir seu cônjuge até o fim sem preparar sua resposta?

2. Validação de 

     sentimentos:

Reconhecer antes de corrigir
Muitos diálogos travam porque um tenta corrigir ou aconselhar antes de validar o que o outro sente. Quando validamos um sentimento, não estamos concordando com a narrativa, mas reconhecendo a emoção que a sustenta.

Exemplo prático: “Eu entendo que você ficou magoada com o que aconteceu.”. Essa frase não justifica, não resolve, mas abre espaço para confiança. Sem validação, a defesa emocional se ergue; com validação, ela baixa.
Fundamento bíblico: Tiago exorta à prontidão para ouvir. Validar é uma forma de ouvir com o coração.

3. Presença 

     emocional: 

     estar inteiro 

     no momento

A presença emocional é um dos maiores desbloqueadores de diálogos. Não basta estar fisicamente perto; é necessário estar emocionalmente disponível. Isso exige desligar ruídos — celulares, distrações, pressa — e abrir espaço real para o encontro.

Casamentos adoecem quando o tempo de conexão é substituído por coexistência silenciosa. A prática de “momentos de presença” diária, mesmo que breves, fortalece vínculos e diminui conflitos acumulados.
Pergunta terapêutica: Quando foi a última vez que você esteve 100% presente na fala do seu cônjuge?

Conclusão Teoterapêutica:

Comunicar não é apenas falar, é criar pontes. O silêncio ativo, a validação de sentimentos e a presença emocional são práticas simples, mas profundamente transformadoras. No casamento, palavras curam quando são ditas no tempo certo, com o coração disposto e os ouvidos abertos.

Prática teopsicoterapêutica recomendada:

Antes de uma conversa difícil, faça uma oração breve pedindo discernimento e graça para ouvir com sabedoria. Lembre-se de Tiago 1:19: escute antes de reagir. Isso, por si só, já é um ato de amor.

Precisa de ajuda, agende 

sua sessão.

Desejo a você e sua família uma semana na Graça.

* Valcelí Leite (@ValceliLeite) é Psicanalista, Teoterapeuta (Terapia Cristã) e Pastor, atual presidente da ABRATHEO (Associação Brasileira de Teopsicoterapia), com formação em Fisioterapia e pós-graduações em Terapia Familiar Sistêmica, Cognitive Behavioral Therapy – TCC, e MBA em Teoterapia e Competência Emocional. Atua como teopsicoterapeuta com orientação a casais e famílias. Palestrante sobre temas como Autoconhecimento, Educação de Filhos, Internet e Vida Conjugal, Ciência do Bem-estar e Como Evitar a Ansiedade. Ex-superintendente em instituição filantrópica, com gestão em treinamento de liderança, formação de equipes e palestras motivacionais em quatro estados brasileiros e dezenas de cidades. 

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3 atitudes que desbloqueiam a comunicação no casamento. Como gestos simples restauram diálogos que pareciam perdidos