Reprodução Portas Abertas

O governo da Nigéria rejeitou neste sábado (1º) a afirmação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que cristãos estão sendo “massacrados” no país africano, e ressaltou que essa alegação “não reflete a realidade”.

Em uma mensagem publicada na sexta-feira (31), na plataforma Truth Social, Trump afirmou que “o cristianismo enfrenta uma ameaça existencial na Nigéria”.

Milhares de cristãos estão sendo assassinados. Os radicais islâmicos são responsáveis por esse massacre. Declaro a Nigéria um “PAÍS DE PREOCUPAÇÃO ESPECIAL”.

Essa designação é feita pelo Departamento de Estado para nações “envolvidas em graves violações da liberdade religiosa”, como explicou Trump.

– Mas isso é o de menos. Quando cristãos, ou qualquer outro grupo semelhante, são massacrados como acontece na Nigéria (3.100 contra 4.476 em todo o mundo), é preciso agir! – acrescentou o mandatário americano, sem apresentar provas para sustentar a declaração.

Em comunicado divulgado neste sábado pela imprensa local, o Ministério das Relações Exteriores da Nigéria pontuou que o governo “toma nota das recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas quais ele alega assassinatos em grande escala de cristãos na Nigéria e solicita que o país seja designado como ‘País de Preocupação Especial’”.

– Essas afirmações não refletem a realidade no terreno. Os nigerianos de todas as religiões têm vivido, trabalhado e praticado sua fé juntos pacificamente há muito tempo – diz o comunicado oficial.

O governo nigeriano assinalou que, embora “compreenda a preocupação mundial com os direitos humanos e a liberdade religiosa”, as acusações são imprecisas.

A nota informa que, sob a liderança do presidente Bola Ahmed Tinubu, a Nigéria “mantém o seu compromisso de combater o terrorismo, fortalecer a harmonia inter-religiosa e proteger a vida e os direitos de todos os seus cidadãos”.

A pasta enfatizou que a Nigéria “continuará colaborando de maneira construtiva com o governo dos Estados Unidos para aprofundar o entendimento mútuo sobre a dinâmica regional e os esforços que o país realiza em matéria de paz e segurança”.

O nordeste da Nigéria sofre ataques do grupo jihadista Boko Haram desde 2009, uma violência que se agravou a partir de 2016 com o surgimento de sua dissidência, o Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP). Ambos os grupos pretendem impor um Estado islâmico na Nigéria, país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
O Boko Haram e o ISWAP mataram mais de 35.000 pessoas – incluindo muçulmanas – e provocaram cerca de 2,7 milhões de deslocamentos internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados oficiais.
Com informações do Pleno News

Fonte: Diário Do Brasil

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Nigéria reage após Donald Trump denunciar massacre de cristãos