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A versão em comprimido do Wegovy, medicamento à base de semaglutida usado no tratamento da obesidade, demonstrou a mesma eficácia que a formulação injetável. A informação foi apresentada pela fabricante.
Novo Nordisk, durante a ObesityWeek 2025, em Atlanta (EUA), a partir de uma nova análise que comparou os resultados dos estudos de fase 3 OASIS 4 (comprimido, 25 mg) e STEP 1 (injeção, 2,4 mg).
O estudo OASIS 4 acompanhou 307 adultos com obesidade (definida por IMC igual ou superior a 30) ou com sobrepeso (IMC a partir de 27) associado a alguma comorbidade.
A comparação indicou que o Wegovy em comprimido pode atingir reduções de peso corporal equivalentes às obtidas com as canetas injetáveis. As proporções de pacientes que perderam 5%, 10%, 15% e até 20%
do peso foram semelhantes entre as duas formulações. Além disso, houve melhora comparável em marcadores cardiometabólicos, como glicemia, hemoglobina glicada, triglicerídeos e proteína C reativa.
Essa medicação, ainda não aprovada pelas agências regulatórias, será uma alternativa interessante a quem não gosta de tomar injeções
e amplia o acesso dos pacientes”, opina o
endocrinologista Carlos Eduardo Barra Couri, pesquisador da USP de Ribeirão Preto.
Efeitos metabólicos, cardiovasculares e funcionais
No estudo OASIS 4, pessoas tratadas com
semaglutida oral 25 mg apresentaram melhora em parâmetros metabólicos e de risco cardiovascular. Entre os participantes com pré-diabetes, 71,1% alcançaram níveis normais de glicose, contra 33,3% no grupo placebo. Embora todos os participantes tenham sido beneficiados nesse sentido, as melhoras foram mais evidentes entre os que perderam mais de 15% do peso corporal.
Os resultados também mostraram impacto em diferentes fases hormonais da vida das mulheres. Uma análise combinada dos estudos OASIS 4 e STEP revelou que a semaglutida manteve sua eficácia tanto antes
tanto antes quanto depois da menopausa: mulheres na pré-menopausa perderam em média 18,2% do peso corporal; na perimenopausa, 15%; e na pós-menopausa, 15,7%.
Além da perda de peso e das melhorias metabólicas, o tratamento esteve associado a ganhos na função física. Entre os participantes que relataram limitação funcional no início do estudo, 77,3% tiveram
melhora significativa após o uso da semaglutida oral, enquanto 42,9% apresentaram o mesmo resultado no grupo placebo.
Segurança e próximos passos
O perfil de segurança da semaglutida oral foi semelhante ao da formulação injetável. Os efeitos adversos mais comuns foram náusea (46,6%) e vômito (30,9%), geralmente leves ou moderados e de curta duração.
A Novo Nordisk já submeteu à Food and Drug Administration (agência regulatória dos EUA, semelhante à Anvisa no Brasil) o pedido de aprovação do Wegovy em comprimido, e a análise do órgão regulador
norte-americano deve ser concluída até o fim de 2025. Ainda não há previsão oficial para a chegada do medicamento ao Brasil, mas a Novo Nordisk sinaliza que isso deve ocorrer em breve.
Com informações de VEJA
Fonte: Diário Do Brasil
