Uma campanha “Diga não para retomada das aulas em Marília em 2020” está mobilizando internautas em um abaixo-assinado para tentar pressionar a Prefeitura de Marília para suspender as atividades escolares em âmbito municipal até o ano que vem, 2021.
A iniciativa partiu do mariliense Brulho Servilha. Em um vídeo divulgado nas redes sociais, ele explicou qual é sua preocupação e afirmou que “aulas nós corremos atrás, mas vidas não”.
“Minha preocupação é com as crianças pequenas, Emei e Emef. As crianças não têm noção do perigo e não vão deixar de ter contato com os amigos. As crianças não vão usar máscaras o tempo todo. Ainda não temos previsão de retorno, mas para prevenir e garantir a segurança das crianças o abaixo-assinado foi criado para que a retomada das aulas ocorra apenas em 2021, caso a vacina já esteja pronta”, disse Servilha.
De acordo com o cronograma da Secretaria Municipal da Educação, ainda não existe prazo para retorno das aulas nas Escolas municipais de Educação Infantil (Emei) e Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emef) em Marília.
Até a publicação desta reportagem, o abaixo-assinado tinha 422 assinaturas digitais. A meta inicial para a campanha era de 500 inscrições.
Polêmica Estadual e mortes nas escolas
O assunto polêmica tornou-se pauta dos principais espaços de discussão sobre saúde e educação após o Governo do Estado de São Paulo divulgar a possibilidade de suspender as aulas nas escolas estaduais para 2021.
O imbróglio ocorreu após o matemático Eduardo Massad divulgar uma projeção que, caso aconteça uma reabertura precipitada das escolas no Brasil, o país pode saltar de 300 mortes de criança abaixo de 5 anos para 17 mil até o final do ano.
No entanto, o governador João Doria e o Secretário de Educação Rossieli Soares mantiveram a previsão de retorno das aulas para o dia 8 de setembro, alegando que o matemático que trabalha na Faculdade Getúlio Vargas (FGV) está equivocado.
“O retorno às aulas só vai ocorrer a partir de critérios estabelecidos pelo Centro de Contingência, garantindo a segurança aos alunos, professores e servidores da rede pública de ensino”, afirma Doria.