
Sempre lhe era muito constrangedor mostrar os documentos. Na sua cédula de identidade, campo filiação, constava apenas o nome da mãe e no registro de nascimento a expressão “Pai: desconhecido”. Era nosso amigo de adolescência. Muito gentil e carismático, mas seu semblante mudava imediatamente se alguém tocasse no tema paternidade. Na ocasião a comunidade de fé lhe foi imensamente útil, pois lembro que um dos “pais” que o adotaram foi meu pai, o pastor. Milhares de crianças e adolescentes em nosso país sentem-se constrangidos quando, na semana do Dia dos Pais, não tem para quem entregar o presentinho ou o desenho que pintaram com o giz de cera. Nesta semana, pensando nesses corações com um espaço vazio, transcrevo a narrativa verdadeira, emocionante e desafiante: “Um professor do seminário estava de férias com sua esposa em Gatlinburg, Estado do Tennessee, tomando café da manhã em um pequeno restaurante, esperando saborear uma refeição tranquila e em família. Enquanto esperavam, notaram um homem distinto de cabelos brancos, movendo-se de mesa em mesa, cumprimentando as pessoas. O professor se inclinou e sussurrou para a esposa: “Espero que ele não venha aqui”. Mas com certeza, o homem foi até a mesa deles. “De onde vocês são?” – ele perguntou com uma voz amigável. “Oklahoma”, eles responderam. “Ótimo ter você aqui no Tennessee”, o estranho disse. “Qual é a sua profissão?” “Eu ensino num seminário”, respondeu ele. “Ah, então você ensina os pregadores a pregar, não é? Bem, eu tenho uma história realmente ótima para você. “E com isso, o cavalheiro puxou uma cadeira e sentou-se à mesa com o casal. O professor se mexeu na cadeira e pensou consigo mesmo: “Ótimo… exatamente o que eu preciso de outra história de pregador!” O homem começou: “Veja aquela montanha ali apontando a janela do restaurante. Não muito longe da base daquela montanha, havia um menino nascido de uma mãe solteira. Ele teve dificuldade em crescer, porque em todos os lugares que ia, sempre lhe perguntavam: ‘Ei garoto, quem é seu pai?’. Se ele estava na escola, no supermercado ou na farmácia, as pessoas faziam a mesma pergunta: ‘Quem é seu pai?’. Ele se escondia de outros estudantes no recreio e na hora do almoço. Ele evitava ir às lojas porque essa pergunta o machucava muito. Quando ele tinha cerca de 12 anos, um novo pregador veio à sua igreja. Ele sempre chegava tarde e saía cedo para evitar ouvir a pergunta: ‘Quem é seu pai?’. Mas um dia, o novo pregador disse a bênção tão rápido que ele foi pego e teve que sair com a multidão. “No momento em que ele chegou à porta dos fundos, o novo pastor, sem saber nada sobre ele, colocou a mão no ombro e perguntou: ‘Filho, quem é seu pai?’. Toda a igreja ficou mortalmente quieta. Ele podia sentir todos os olhos na igreja olhando para ele. Agora todo mundo finalmente saberia a resposta para a pergunta ‘Quem é seu pai’. Esse novo pregador, no entanto, sentiu a situação ao seu redor e usando o discernimento que somente o Espírito Santo poderia dar, disse o seguinte àquele garotinho assustado: ‘Espere um minuto!’ ele disse. ‘Eu sei quem você é. Eu vejo a semelhança da família agora. Você é um filho de Deus. Com isso, ele deu um tapinha no garoto no ombro e disse: ‘Rapaz, você tem uma grande herança. Vá e a conquiste!’. Com isso, o garoto sorriu pela primeira vez em muito tempo e saiu pela porta como uma pessoa mudada. Ele nunca mais foi o mesmo. Sempre que alguém lhe perguntava: ‘Quem é seu pai?’ ele apenas lhes dizia: ‘Eu sou um Filho de Deus’”. O distinto cavalheiro levantou-se da mesa e disse: “Essa não é uma ótima história?”. O professor respondeu que realmente era uma ótima história! Quando o homem se virou para sair, ele disse: “Sabe, se o novo pregador não tivesse me dito que eu era um filho de Deus, provavelmente nunca teria chegado a nada!”. E ele se afastou. O professor do seminário e sua esposa ficaram surpresos. Ele chamou a garçonete e perguntou: “Você sabia quem era aquele homem que acabou de sair que estava sentado à nossa mesa?”. A garçonete sorriu e disse: “Claro! Todo mundo aqui o conhece. Esse é o Ben Hooper. Ele é o ex-governador do Tennesse!”.
Alguém na sua vida hoje precisa lembrar que é um dos filhos de Deus? Então… Essa história e esta homenagem são para você. Neste Dia dos Pais, lembre-se de falar com nosso grande Pai! Que Deus o abençoe!
Rev. Marcos Kopeska – Bacharel em Teologia (UMESP), pós graduando em Terapia Familiar Sistêmica (INDEP), pastor da 3ª Igreja Presbiteriana Independente de Marília e escritor.