Os ativos financeiros brutos das famílias brasileiras cresceram 10,9% em 2019, abaixo de sua média de dez anos, de 15,4%, mas com participação cada vez maior em títulos negociáveis, chegando a 54% dos ativos totais, é o que aponta a 11ª edição do Relatório de Riqueza Global produzido e divulgado nesta quarta-feira (23) pela seguradora alemã Allianz. Com um patrimônio líquido per capita de 6.796 euros, o Brasil alcançou a 39ª posição no ranking de riqueza dos países.

Apesar da evolução, já que em 2000 o porcentual de títulos negociáveis era de 33%, o relatório aponta que isso torna os ativos mais vulneráveis a crises nos mercados financeiros, como a ocorrida neste ano, por conta da pandemia do novo coronavírus. Até o presente mês de setembro, a Bolsa de Valores ainda não conseguiu recuperar totalmente as fortes perdas sofridas em março.

“Em tempos como estes, é cada vez mais importante apoiar a educação financeira e a inclusão”, diz disse Arne Holzhausen, coautor do relatório. “Nos países em desenvolvimento, famílias são mais vulneráveis a choques adversos devido à falta de um estado de bem-estar e as economias são uma proteção para esses choques”, continua. O índice de endividamento das famílias brasileiras chegou a 43%, de acordo com o relatório, bem acima da média regional de 30%.

Em escala global, o Relatório de Riqueza Global aponta que ativos financeiros brutos aumentaram 9,7% em 2019, registrando o maior crescimento desde 2005, mesmo com cenário geopolítico adverso, puxado muito por conta do crescimento do mercado acionário mundial, que chegou a 25% no ano passado.

A classe de ativos de títulos negociáveis aumentou 13,7% em 2019, maior crescimento registrado neste século. As taxas de crescimento das outras duas principais classes de ativos foram menores: seguros e previdência atingiram alta de 8,1%, refletindo, principalmente, o aumento dos ativos subjacentes, e os depósitos bancários aumentaram 6,4%.

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Allianz: ativos financeiros brutos de brasileiros crescem 10,9% em 2019