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O coronavírus, por ora, não afetou as exportações do agronegócio. As carnes, um dos produtos que, se acreditava, seriam mais afetados devido à queda da demanda em razão da forte incidência da doença na China, tiveram um mês de forte aceleração nas vendas.

A soja, que tradicionalmente assume o posto de principal produto exportado nos primeiros meses do ano, manteve essa escrita em fevereiro. A chegada da soja do campo aos portos brasileiros, devido ao período de colheita, forçou um ritmo menor das exportações de milho.

A agropecuária teve uma receita média diária de US$ 148 milhões no mês passado, o que rendeu US$ 2,7 bilhões no mês. Produtos oriundos da indústria de transformação, como açúcar, carnes e celulose, estão fora desse cálculo.

Os dados são da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) e foram divulgados nesta segunda-feira (2). As exportações médias de carnes “in natura” (bovina, supina e de frango) de fevereiro conseguiram superar até as de dezembro de 2019, um período de euforia para o setor.

Para ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) diz que está havendo alguns acertos na programação das vendas, mas a carne está chegando aos países importadores, principalmente na China. No caso chinês, o produto, às vezes, é entregue em porto diferente do programado, o que acarreta um custo a mais.

Santin diz que a demanda neste primeiro trimestre não apresenta sinais de queda e que, na avaliação dele, deverá haver uma aceleração ainda maior no segundo. Para retirar os produtos essenciais dos portos, os chineses estão fazendo corredores especiais por onde passam alimentos, remédios e ração.
Um avanço indiscriminado do vírus, provocando uma recessão mundial, traria uma queda forte da demanda. No fim de 2019, as exportações de carne suína somaram 3.100 toneladas por dia. Recuaram em janeiro, mas subiram para 3.200 no mês passado.

As exportações de fevereiro de frango também superaram as de dezembro. Somaram 18 mil por dia útil – foram 18 dias úteis no mês. Os dados da Secex indicam que as vendas externas de carne de frango, em fevereiro, superaram em 31% as de janeiro. Também aquecidas, as carnes suína e bovina tiveram evolução de 19% e 15%, respectivamente, no mesmo período.

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Exportações de carne brasileira  ficam imunes ao coronavírus