Por Marcos Flaitt
É inacreditável o que estamos presenciando mais uma vez nessas eleições. De repente cerca de 300 candidatos a vereador e uns gatos pingados a prefeito e vice viraram, católicos, crentes e evangélicos da noite para o dia. Fora uma minoria que já se diz e frequenta, a imensa maioria apareceu de volta às igrejas, após quatro anos, em busca de votos. Para defender o povo. Claro que não na sua maioria. Para ganharem dinheiro sem trabalhar, rachadinhas, cargos para parentes e mais rachadinhas na prefeitura para formarem a base do governo, e por aí vai.
E tem uns caras de pau que levam a Bíblia ainda. São os Evangélicos Copa do Mundo. Só aparecem de quatro em quatro anos. Fervorosos na correria, correm de uma igreja para outra como macaco pulando de galho em galho para aproveitar a quartas, sábados e domingos. E é nesta hora do membro ficar de olhos bem abertos.
Vão na Batista, na Presbiteriana, na Congregação, na Assembleia de Deus, na Universal, na do chapeludo lá, e assim por diante. Seguem igual nuvem de gafanhoto atrás de votos. Aí correm como via sacra pra de católica em católica. Uma vez eleitos, bye, bye… Fogem igual o diabo da Cruz.
Se pelo menos cada um fizesse uma oferta, valeria a pena a visita. Pior é que a quase totalidade nem isso faz para ajudar a pagar as contas da igreja. Energia elétrica, água, salário dos pastores, limpeza, manutenção, etc. Se for correr o saquinho, cuidado com alguns! Têm pastores que ainda anunciam seus nomes no púlpito, outros chamam à frente e uns que até pedem orações, o que não deixa de ser bom.
Ah, se for a presença de candidatos a prefeito, existem alguns pastores que estendem até tapete vermelho para eles. É aquela coisa: uma minoria gosta da classe política. No caso de prefeitos, quem sabe o dia de amanhã. Um carguinho aqui, outro lá para um filho, filha, esposa, sobrinhos…quebrar uma multinha de trânsito e por aí vai. Se resolvam com Deus.
Uns são tão caras de pau e sínicos que até da Santa Ceia participam. Mas, por outro lado, existe os que realmente são cristãos e entram nessa de política. E é justamente nesse da sua igreja que você não deve votar. Como dizia uma parente minha, evangélica legítima e de grande sabedoria popular: “eu não voto em crente para não estragar ele”.
