A pandemia de coronavírus se transformou em tema da campanha americana. Nesta quinta-feira, 12, os dois pré-candidatos democratas, o ex-vice-presidente Joe Biden e o senador Bernie Sanders, criticaram a resposta de Donald Trump, tentando estabelecer um contraste claro com o discurso do presidente na noite de terça-feira. “Infelizmente, este vírus desnudou as limitações graves do governo atual”, disse Biden, que acusou o presidente americano de “xenofobia” ao se referir à doença como um “vírus estrangeiro”.
Sanders, que disputa com Biden quem será o candidato democrata nas eleições de novembro, também aproveitou para atacar a reação da Casa Branca. “A incompetência de Trump colocou em risco a vida de muitos americanos”, disse o senador, que defendeu que o presidente declare estado de emergência no país. “Como o Trump é incapaz de liderar, devemos reunir um grupo de emergência com especialistas para dar uma resposta abrangente.”
Do outro lado, na Casa Branca, a campanha do republicano começa a se preocupar com o avanço do vírus. Agora, com mais de mil casos confirmados, 39 mortes e uma escassez nacional de kits de testes, a Casa Branca entrou na linha de frente das críticas. “A reação inicial de Trump, minimizando e politizando o vírus, arranhou a credibilidade do governo”, disse Mike DuHaime, um estrategista republicano. “A força da campanha do presidente está na economia. Se ela naufragar, ele será politicamente afetado.
A pandemia já mudou a campanha americana. Os democratas anunciaram ontem que o debate entre Sanders e Biden, que seria realizado a portas fechadas no domingo, em Phoenix, foi transferido para Washington As próximas prévias são na terça-feira em quatro Estados: Arizona, Florida, Illinois e Ohio. Com os comícios temporariamente suspensos, a campanha passou a ser realizada de maneira virtual.