Ao anunciar medidas de liquidez que podem ser tomadas pelo governo diante da crise do coronavírus, o ministro da Economia, Paulo Guedes, citou uma medida já tomada pelo Banco Central no mês passado para dar fôlego aos bancos.
No dia 20 de fevereiro, o BC editou duas medidas que podem injetar R$ 135 bilhões na economia. “BC vai anunciar medidas de liquidez, R$ 135 bi entram em efeito”, disse o ministro, após reunião no com os presidentes da Caixa, Pedro Guimarães, do Banco do Brasil, Rubem Novaes, e do Banco Central, Roberto Campos Netos, que participou por teleconferência.
A primeira das medidas já anunciada pelo BC foi a redução da alíquota de recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%, o que representa a liberação de R$ 49 bilhões no sistema bancário. Essa liberação entra em vigor na segunda-feira (16).
A outra medida, já valendo desde 2 de março, foi a redução da parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no Indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR) dos bancos. Essa medida libera outros R$ 86 bilhões para que os bancos possam emprestar mais.
Apesar da liberação de recursos pelo Banco Central, isso não significa um aumento imediato nas operações de crédito, que dependem da demanda dos tomadores e das estratégias dos bancos. Mas os recursos passam a ficar disponíveis para novas concessões de empréstimos.
Reformas / O ministro da Economia voltou a defender a aprovação de reformas pelo Congresso para destravar o crescimento econômico. Ao chegar na sede do Ministério da Economia, ele pregou harmonia entre os poderes Executivo e Legislativo, já que, na avaliação dele, a desarticulação política permitiu a aprovação de uma medida que ameaça o equilíbrio fiscal.