Seja qual for a cultura, as mudanças climáticas sempre exercem pressão no campo, e a melhor forma de se prevenir contra perdas é o planejamento. A agricultura enfrenta agora, com a chegada do outono, mudanças bruscas de temperatura, queda da umidade do ar e noites mais longas. As regiões mais geladas do país exigem especial atenção dos produtores, como Rio Grande do Sul e Paraná, que têm enfrentado, respectivamente, períodos de veranicos e geadas, que afetaram a produção no último ano, e escassez de chuvas, impactando a produtividade em diversas regiões do estado. Neste momento, a escolha de defensivos adequados à realidade do clima são pontos-chaves.
Segundo Lenisson Carvalho, gerente de grandes culturas da Ourofino Agrociência, como no outono há redução das chuvas e esse é um fator já conhecido, o produtor precisa estabelecer um plano que envolva a escolha da cultura a ser mantida e adaptá-la às regiões de plantio, além de ser necessário o conhecimento sobre o ciclo produtivo. Em alguns casos, a irrigação complementar deve ser considerada. “Com relação aos tipos de cultivares mais adequados à estação atual, é um bom momento para o desenvolvimento do milho safrinha e do algodão, que já são presentes em diversas regiões do Brasil nesta época do ano. No outono, também ocorre o plantio do feijão”, comenta.
Sobre os defensivos e os tratos culturais, quando bem definidos e realizados, o especialista afirma que eles permitem que as plantas estejam em condições adequadas para enfrentar as características do período. Carvalho ressalta ainda que, “possuindo ótimo estádio de desenvolvimento e estrutura de plantas, há melhor aproveitamento de nutrientes no ambiente”.
Como características principais que devem ser procuradas nas soluções agroquímicas a serem aplicadas no plantio no outono estão: melhor capacidade para deposição, absorção e translocação. “É preciso observar os componentes da formulação que auxiliam em todos esses processos, que ocorrem desde a aplicação até a chegada do produto no alvo e sítio de atuação”, orienta Carvalho.
Do portfólio da Ourofino Agrociência, o Nillus® se destaca nos quesitos apresentados pelo gerente. Pensado exclusivamente para o clima brasileiro, é um fungicida protetor multissítio com diferentes modos de ação e formulação diferenciada; com fotoprotetores, ainda possibilita melhor fixação, recobrimento das plantas e maior período de controle.
Outro fungicida, o Teburaz® é uma ferramenta de manejo importante para o milho que associa dois dos principais grupos químicos, as estrobilurinas (azoxistrobina) e os triazóis (tebuconazol). Uma tecnologia com amplo espectro de controle indicada também para complexo de manchas foliares presentes nessa cultura.
Quando o assunto é a cana-de-açúcar, Gustavo Vigna, também gerente de cultura na Ourofino Agrociência, mas dedicado a esse cultivo, diz que é importante observar que esse período se divide em dois cenários, sendo os meses de março e abril mais úmidos e, maio e junho, mais secos.
“Para não correr risco de utilizar produtos indicados para clima úmido e a estiagem se antecipar e também para não utilizar produtos de clima seco e as chuvas se estenderem, o que pode causar problemas de performance e/ou de fitotoxicidade, deve-se utilizar, nesse período, produtos de transição, ou seja, que conseguem performar em qualquer um desses casos”, diz o gerente de cana-de-açúcar.
Nesta época em que as temperaturas ficam mais baixas, a cana-de-açúcar, que conta com metabolismo C4, passa por uma redução das atividades metabólicas e, consequentemente, há queda na taxa de crescimento. “O uso de maturadores se faz necessário para promover acúmulo de açúcar e aumentar o rendimento industrial nesse período. O dilema é que a aplicação de maturadores causa um estresse nas plantas, reduzindo o crescimento vegetativo para que esse açúcar se acumule, principalmente após um 2020 extremamente seco, em que a cana-de-açúcar não se desenvolveu normalmente.”
No portóflio da Ourofino Agrociência, o Trix®, um maturador hormonal, associado a um pré-maturador, torna-se uma importante ferramenta para o manejo do canavial no início de safra para promover o nível de ATR (Açúcar Total Recuperável), “sem que haja redução de TCH (Toneladas de cana por hectare), dando ao produtor, além desses benefícios, maior flexibilidade quanto ao período de colheita”, como orienta Gustavo Vigna.