Reuven Rivlin, presidente israelense, confiará a Benny Gantz, principal rival do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, a tarefa de formar um governo, tendo recebido o apoio da maioria dos deputados. O anúncio ocorreu em meio a críticas de líderes políticos locais contra uma decisão de governo de Bibi de suspender as atividades dos tribunais por causa do coronavírus, um dia antes de um dos processos de corrupção contra ele começar a ser julgado.
O apoio a Gantz veio após o Lista Unida, de maioria árabe, com 15 deputados, e o laico de extrema direita Nosso Lar, liderado por Avigdor Lieberman, com sete assentos, indicarem o líder centrista para liderar o Parlamento. Juntaram-se a eles os 33 deputados do Azul e Branco, de Gantz, e os seis das siglas de centro-esquerda Labor-Guesher e Meretz.
Ainda não está claro se Gantz será capaz de formar um governo. Liberman e os líderes da Lista Unida se recusaram anteriormente a aceitar a liderança do centrista. Agora, porém, eles podem deixar as diferenças de lado para atingir o objetivo comum de derrubar Netanyahu.
Há quase um ano, o país passa por uma paralisia política, com três eleições em que o Likud, de Bibi, e o Azul e Branco não conseguiam a maioria.
As consultas de Rivlin aos líderes dos partidos ocorreram em um dia tumultuado na política israelense. Alegando emergência por causa do coronavírus, o ministro a Justiça escolhido por Netanyahu, Amir Ohana, decretou a suspensão de julgamentos pelos tribunais – uma das acusações de corrupção contra o primeiro-ministro começaria a ser julgada amanhã. A ordem para a suspensão foi dada na madrugada.
As acusações contra Netanyahu incluem fraude e quebra de confiança. Ele é acusado de aceitar subornos de magnatas da comunicação, incluindo presentes caros e uma cobertura favorável a sua gestão, em troca de favores governamentais.
Após a repercussão negativa da medida, mas ainda tentando se manter no cargo, Bibi acenou para oposição em mensagem a Gantz, na qual pedia ao líder do Azul e Branco para “se juntar a um governo nacional de emergência” liderado por ele mesmo. Na proposta, Bibi afirmou que iria liderar o país por dois anos e depois permitir que Gantz assumisse o cargo de primeiro-ministro Rivais Netanyahu já haviam rejeitado pedidos semelhantes, dizendo não acreditar que o primeiro-ministro iria cumprir a promessa.