A doença passa, mas as sequelas ficam por um tempo. Fôlego limitado, cansaço que vai e vem ao mínimo esforço, eventuais dores de cabeça, memória teimando em esquecer informações simples são alguns problemas relatados por pacientes que enfrentaram a Covid-19. Em tempos de pandemia, um ponto importante a ser observado é a nutrição pós-covid das pessoas infectadas que se trataram em casa (sintomas leves) ou tiveram alta hospitalar (casos mais graves). Para esses casos, a utilização de nutrientes como proteínas, vitaminas e minerais é essencial. Além da nutrição, outros fatores como a prática de atividade física, noites de sono com qualidade e até mesmo a saúde intestinal, exercem papel fundamental sobre a imunidade, modulando positivamente a defesa contra infecções.
“Para uma boa recuperação pós-covid é importante focar em alimentos que contenham nutrientes atuantes no nosso metabolismo, sem excesso de açúcar ou gorduras, principalmente a saturada de origem animal. Um dos nutrientes fundamentais é a vitamina D, que participa de diversos mecanismos metabólicos relacionados à melhora da imunidade e processos de defesa contra infecções, além da formação dos glóbulos brancos, primeira linha de defesa da imunidade”, explica o cardiologista e nutrólogo Dr. Daniel Magnoni, chefe de nutrologia do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.
A National Academy of Medicine recomenda a dose diária de 4.000 UIs de vitamina D. Quadros de deficiência deste e outros nutrientes como proteína e minerais podem prejudicar a resposta imune interferindo negativamente em aspectos como na diminuição da capacidade de englobar e inativar os agressores do organismo. Por isso, assim como qualquer outro nutriente, esses “protetores da imunidade” devem ser ingeridos nas quantidades corretas, principalmente no período de recuperação.
“Aumentar a oferta de proteínas, minerais como zinco e da vitamina D, em pacientes graves, atuar precocemente e estimular uma visão multidisciplinar será o grande legado da pandemia para a área nutricional. A indicação de suplementos especiais para promover a formação de massa magra (músculos), também é um ponto a ser considerado. No caso da vitamina D, para tratamento e suplementação, é possível encontrar no mercado em gotas, comprimidos, cápsulas e também na nova geração de suplementos em gomas, mais práticas, pois não precisam de água por serem mastigáveis, e que suprem as necessidades diárias recomendadas”, ressalta Dr. Magnoni.
Saiba Mais
Daniel Magnoni é chefe do Serviço de Nutrologia e Nutrição Clínica do HCor e chefe do setor de Nutrologia do Instituto Danta Pazzanese de Cardiologia, entre outros cargos.