A campanha Setembro Amarelo, da Associação Brasileira de Psiquiatria e do Conselho Federal de Medicina, alerta a sociedade sobre a necessidade de maiores cuidados integrados de saúde que possam minimizar os suicídios no Brasil. Apenas no Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano, quase 6% da população, sendo a maioria homem, negro, com idade entre 10 e 29 anos, segundo dados do Ministério da Saúde. Mas o problema atinge também idosos e mulheres, muitos sofrendo com uma doença mental não tratada, como a depressão e o transtorno bipolar.
“O que se constata é que o suicídio pode ser evitado tratando a saúde mental. Cem por cento dos suicidas sofriam transtornos mentais. Precisamos conscientizar as pessoas doentes e seus familiares que a dor e a tristeza não são frescura. E merecem intervenções com profissionais de saúde. Algumas pessoas sentem muito mais as dificuldades da vida e pensam em morrer para acabar com o sofrimento. Por exemplo, por possuir doenças graves ou crônicas, como câncer, aids, e muitas outras, por estar desempregado, por estar sozinho, viúvo, separado ou solteiro, por sofrer ou ter sofrido abusos sexuais e morais, por não se sentir útil ou amado o suficiente, por ser homossexual, entre outros fatores”, explica a psicóloga Patricia Lenine, da Zero Barreiras Psicoterapia Online.
São diversos os problemas que levam as pessoas ao entristecimento, como doenças, dificuldades financeiras, violência e abusos, solidão, em suas vidas ou de outras pessoas, e muitos ainda sentem esse vazio existencial sem ter problemas pessoais, sem um motivo aparente. Alguns relatam ser pelos problemas do mundo como um todo e outros não sabem dizer o motivo da tristeza.
“O nosso papel na psicoterapia é ajudar as pessoas a enxergarem a luz no fim do túnel. É olhar as situações como desafiadoras, mas passíveis de serem alteradas. Temos que ajudar as pessoas a perceberem que nenhum sofrimento justifica acabar com a própria vida. A pessoa precisa tentar buscar os meios necessários para acabar com os motivos que a levam a sofrer. Então, através do Setembro Amarelo, podemos relembrar as pessoas que estão sofrendo, que não precisam ficar sozinhas e devem pedir ajuda”, explica a psicóloga Patricia Lenine, da Zero Barreiras Psicoterapia Online.
A depressão é um transtorno de humor, onde as pessoas experimentam grande sofrimento, perda de energia, de interesse. Há sentimento de culpa, dificuldade de concentração, falta de motivação e apatia, pessimismo, baixa autoestima, sentimento de medo, insegurança, desesperança, desamparo e vazio e sentimento de inutilidade. E pode durar semanas ou meses, mas seja breve ou longa, é importante pedir ajuda, pois pode trazer pensamentos de morte ou suicídio. Em alguns casos, é necessário um tratamento medicamentoso para equilibrar a atividade cerebral e a psicoterapia é uma importante ferramenta complementar no tratamento das possíveis causas e também as consequências da doença, para evitar recaídas. “Um fator que pode manter a depressão é a pessoa recuperar de forma mais imediata memórias de experiências tristes quando está deprimida, e estas potencializam o processo depressivo. O papel da psicoterapia é quebrar esse ciclo e recuperar a saúde e o bem-estar evitando pioras que levem ao suicídio. Mas existem fatores que podem desencadear uma crise, como a perda de um emprego ou a morte de um parente próximo. São momentos delicados na vida e todos nós precisamos de ajuda, um psicólogo poderá ajudar a que a dor da perda não se transforme numa depressão”, complementa a psicóloga Christiane Valle.


Há como prevenir?
De acordo com a psicóloga, não há receita para uma vida feliz. Cada ser humano significa a felicidade da sua forma, ou seja, o que é felicidade para uma pessoa, pode não ser para o outro. “Contudo, a psicologia positiva tem estudado algumas características comuns em pessoas que ficam mais de bem com a vida. Em geral, elas vivem uma vida que consideram mais plena de sentidos, com atividades prazerosas, mantendo contato mais intenso com as coisas de que mais gostam: natureza, crianças, animais, amigos, familiares, livros, filmes, músicas, trabalhos voluntários. E também são pessoas que se valorizam mais. Elas evitam ruminar perdas ou diferenças e fazer comparações sociais, estabelecem metas e as celebram quando alcançam. Elas lutam para atingir as metas, deixando o medo, o pessimismo e a procrastinação de lado”.

Sinais de uma depressão no ambiente de trabalho:

  • Procrastinação constante
  • A pessoa sempre reclama de novas tarefas
  • Não participar de reuniões e nas onlines, nunca quer ligar a câmera, por exemplo.
  • Chorar com facilidade
  • Grita, se irritar e até bater na mesa com constância.
  • A pessoa nunca demonstra qualquer otimismo para atingir metas ou superar problemas
  • Ter com frequência, dor de cabeça, dor muscular, gastrite nervosa, cansaço por dormir mal, sonolência excessiva, perda de peso e apetite ou ganho de peso, entre outras.
  • A pessoa começa a se descuidar de forma repetitiva da aparência e das tarefas e antes não era assim.
    Sinais de que alguém pode ter pensamento suicidas:
  • A pessoa não demonstra ter planos para o futuro
  • Sempre diz que a vida não tem sentido e não merece ser vivida. Não tem porquê.
  • A pessoa diz que se morresse, não teria problema algum
  • Diz que se sente completamente incapaz de mudar a sua vida para melhor
  • A pessoa se machuca ou se mutila quando está em sofrimento – Devemos estar atentos aos discursos de despedida e frases que indicam um adeus, como: ” Eu vou sentir falta disso…”.
  • A pessoa nunca demonstra qualquer otimismo para atingir metas ou superar problemas
  • Ter com frequência, dor de cabeça, dor muscular, gastrite nervosa, cansaço por dormir mal, sonolência excessiva, perda de peso e apetite ou ganho de peso, entre outras.
  • A pessoa começa a se descuidar de forma repetitiva da aparência e das tarefas e antes não era assim.

Sinais de que alguém pode ter pensamento suicidas:

  • A pessoa não demonstra ter planos para o futuro
  • Sempre diz que a vida não tem sentido e não merece ser vivida. Não tem porquê.
  • A pessoa diz que se morresse, não teria problema algum
  • Diz que se sente completamente incapaz de mudar a sua vida para melhor
  • A pessoa se machuca ou se mutila quando está em sofrimento
  • Devemos estar atentos aos discursos de despedida e frases que indicam um adeus, como: ” Eu vou sentir falta disso…”.

O que fazer
Ao menor sinal de estranhamento sobre comportamentos, o indivíduo que se sente mal, ou um familiar, amigo ou colega de trabalho devem buscar ajuda profissional com um psicólogo e um psiquiatra. Se a pessoa se recusa a procurar, outra pessoa deve fazer isso. Deve ligar para um profissional ou para um membro da família e dizer que a pessoa precisa de ajuda. Mas se um amigo ou colega de trabalho estiver diante de um caso iminente de tentativa de suicídio, deve se aproximar e dar as mãos, acolher, ouvir, sem fazer qualquer julgamento da situação, sem nem dizer “calma que isso vai passar” porque a pessoa precisa apenas voltar ao seu estado de controle emocional. Ela precisa saber que tem alguém com ela no momento de dificuldade.

Dicas para uma vida mais feliz

  • Cercar-se de pessoas que você ama e cultivar relacionamentos. Procurar amigos e familiares sempre que possível. O relacionamento cresce quando se está disponível para os outros, nem que seja ao menos para ouvir ou oferecer um colo. Estar junto faz diferença. Tem gente que só descobre a importância da amizade quando se vê sozinho e infeliz.
  • Entender que nada é só ruim ou bom, procure olhar para o que aprende! Tudo o que se vive traz algum aprendizado. As coisas ruins servem para não repetirmos atitudes ou ações que não deram muito certo. Temos sempre que olhar para a frente.
  • Olhe para o que possui e agradeça, pratique a gratidão. Ninguém pode ter tudo o que sonha e viver sofrendo pelo o que não tem, te fará perder boa parte da vida. Tantos que enriqueceram, por exemplo, revelam que muito dinheiro não lhes trouxe mais felicidade. Temos que valorizar as coisas simples que temos ao nosso alcance e que são muito valiosas.
  • Perdoar e não carregar mágoas. Perdoar é entender que todos erramos e todos aprendemos a todo momento. A vida é complexa e um eterno aprendizado. Muitas vezes as pessoas falam algo de forma impulsiva e se arrependem. O que falam não é o que sentem verdadeiramente. Temos que ter maturidade emocional.
  • Cuidar do corpo, fazer exercícios, meditação e esportes. O exercício físico mexe com todo o metabolismo, inclusive o cérebro, que fica melhor oxigenado. É fundamental para o ser humano estar em movimento. E em algum momento do dia buscar o relaxamento com a meditação. Muitas vezes conseguem tratar doenças mentais apenas com exercícios físicos constantes.
  • Escolha ser feliz mesmo nas situações que não são conforme havia imaginado. A dica aqui é diminuir expectativas. Quando esperamos muito de algo ou de alguém, corremos o risco de ficarmos frustrados. Mas se esperamos menos, o que vier além, vai nos proporcionar alegria. E não precisamos de muito também. A simplicidade anda junto com a felicidade.

Porque o nome Setembro Amarelo?
Este movimento teve início nos Estados Unidos pois o jovem Mike Emme era um rapaz habilidoso e tinha reformado um Mustang, pintando-o de amarelo. Ele cometeu suicídio de forma repentina. Os amigos e parentes fizeram um movimento com fitas e cartões amarelos, com a frase: “se você precisar, peça ajuda”. Realmente várias pessoas foram tocadas e este movimento ganhou força, dando o nome da cor ao mês.

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Setembro Amarelo: Psicoterapia ajuda a reverter pensamentos suicidas
São diversos os problemas que levam as pessoas ao entristecimento, como doenças, dificuldades financeiras, violência e abusos, solidão, em suas vidas ou de outras pessoas, e muitos ainda sentem esse vazio existencial sem ter problemas pessoais, sem um motivo aparente.