Mais do que padrões, regras ou dimensões, a beleza está relacionada com a impressão individual que determinada imagem causa no outro. Ou seja, a percepção que esta promove de forma particular em cada pessoa. “Na teoria existem algumas características que podem favorecer ou não a estética pessoal. Classicamente ela é fruto da simetria, da harmonia e do equilíbrio. Mas é preciso lembrar que beleza é algo individualizado e sua percepção pode variar. Assim, se tratando de simetria e sua relação com a beleza é preciso que esta seja analisada levando em conta o conjunto em que está inserida”, explica o dermatologista Otávio Macedo.
Proporções faciais e análise profissional
Doutor Otávio Macedo diz que para uma análise mais técnica, se começa levando em conta a simetria entre o lado direito da face em comparação com o esquerdo. E para isso se deve traçar uma linha vertical imaginária que atravesse a parte central da glabela – região que divide as sobrancelhas -, passando pela ponta do nariz e lábios, dividindo a face em duas partes iguais. “Certamente não há face perfeitamente simétrica, no entanto, pequenas assimetrias compõem uma boa estética facial”, reforça o médico.
Para torna a face mais harmônica é importante o equilíbrio dos terços, ou seja, que superior (área da linha do cabelo até a delimitação das sobrancelhas), médio (região que engloba as sobrancelhas e final do nariz) e inferior (restante da face até a ponta do queixo) sejam o mais proporcional. “Vamos observar se esses terços são quase iguais na altura vertical. De forma global, o equilíbrio da face está na proporção entre largura e altura da cabeça.”
Já se tratando de divisões verticais, a face geralmente é dividida em cinco segmentos correspondentes à largura dos olhos. “Uma dessas divisões é que a largura da base do nariz é aproximadamente igual à distância entre os olhos”, diz o dermatologista.
Para que ocorra uma proporção mais simétrica, a largura da base do nariz deve ser aproximadamente a mesma distância intercantal – intervalo entre as duas pontas dos olhos mais próximas ao nariz -, enquanto a largura da boca deve se aproximar da distância interpupilar. “Ao subir uma linha vertical do final da boca ou comissuras labiais esta deve encontrar o centro da pupila.” Além disso, o médico comenta que o queixo costuma ser a região mais projetada em relação ao resto da face, principalmente nos homens.
Agora olhando para o terço inferior, doutor Otávio Macedo explica que este ainda pode ser subdividido, sendo que a parte dos lábios superior tem a metade da altura do lábio inferior e do queixo. Já com os lábios em repouso, a exposição do vermelhão inferior – parte mais pronunciada da boca – deve ser cerca de 25% maior do que os dois vermelhões laterais do lábio superior. “Quando existe uma boa estética labial haverá um espaço interbucal de 1 a 5mm entre os lábios na posição de repouso. As mulheres apresentando um espaço maior dentro da variação normal.”
O médico destaca também que rostos mais jovens apresentam malar e queixo mais proeminentes, e que no caso dos homens existem algumas especificidades que são próprias da beleza masculina. “No homem a atenção fica para o contorno, queixo e mandíbula. O rosto masculino apresenta características mais quadradas, que com o tempo tendem a se perderem. Ressaltar esses pontos ajuda a trazer de volta esse aspecto, ou seja, tratar o terço inferior em homens é o principal, uma vez que é nessa área que estão localizados os principais traços que remetem a beleza masculina.”
E doutor Otávio Macedo finaliza lembrando: “Apesar de esses serem alguns dos pontos analisados em uma consulta inicial na busca por solucionar alguma queixa do paciente com relação a simetria facial, essa avaliação precisa ser feita por um profissional com olhos treinados. Esse crivo feito de forma leiga ou irresponsável pode levar o paciente a criar uma percepção errônea de ‘defeitos’ que não existem ou que talvez da sua perspectiva de autoanálise é algo visto equivocadamente, com limitações. Assim, também cabe ao médico destacar e explicar sobre uma possível contraindicação, se for caso.”
Sobre Otávio Macedo
Graduado em Medicina pela Universidade de Taubaté, Residência em Dermatologia no Centro Hospitalar da Universidade Vaudois (CHUV), Lausanne, Suíça, Residência em Dermatologia na Universidade de Buenos Aires, Argentina, Membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Membro Fundador da Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia a Laser, Membro da Academia Americana e Europeia de Dermatologia e atua na profissionalmente a cerca de 40 anos.