O surto de coronavírus tem trazido situações contraditórias para o agronegócio. De acordo com Rogerio Cavalcante, CEO da Sintecsy, enquanto a cadeia de suprimentos não pode parar de fornecer alimentos, existem imensas oportunidades no mercado agro no Brasil, como as tecnologias que impulsionam o aumento de produtividade.
“As oportunidades são imensas para quem quer ajudar no agronegócio brasileiro, pois se trata de um mercado aberto e carente de soluções inovadoras. Mas, sendo um segmento tradicional, e pelo seu tamanho, toda mudança leva um tempo. Este tempo é a maior dificuldade em se inovar no agro, pois muitos resultados de ações tomadas agora só poderão ser mensuradas na próxima safra, que pode levar meses e até mesmo um ano”, explica.
Para José Damico, CEO e fundador da SciCrop, há uma brecha nas empresas para que inovem dentro da área de go to market (o processo de visitação de clientes). “No agronegócio [o go to market] é ainda mais importante, pois assim se consegue estabelecer laços de confiança através de entendimento das necessidades do cliente. Esse tipo de visitação traz um CAC (custo de aquisição de cliente) muito alto às empresas. Quem começar resolver isso, vai estar se posicionando à frente, pois vai conseguir reduzir um custo”, completa.
No entanto, se algumas inovações são negativamente impactadas pelo coronavírus, por outro lado pesquisadores do agro estão com agenda para focar em novos horizontes. Consequentemente, ele vê que as principais disrupções virão da biotecnologia e da genética, que continuarão trazendo enorme impacto para a indústria.