A doença da curvatura adquirida atinge cerca de 10% da população masculina e se manifesta em homens a partir dos 50 anos. Por que a condição virou tabu e os homens sentem medo do caso?
Os homens chegam a ir 6 vezes menos ao urologista em comparação às mulheres que visitam ginecologistas. O que causa o distanciamento dos homens com consultas médicas e o silêncio sobre diagnósticos relacionados à saúde sexual?
É incomum que as conversas na mesa de bar ou na roda de amigos sejam sobre saúde física e até mental. Diferente do comportamento das mulheres, que costumam conversar com especialistas e entre si sobre mudanças corporais e questões da saúde.
No caso da Doença de Peyronie, o silenciamento e até medo são ainda maiores. A síndrome, também conhecida como curvatura adquirida, afeta diretamente a qualidade e performance sexuais masculinas, podendo causar impotência sexual.
Para evitar o agravamento da doença e de aflições psicológicas com o caso, é necessário falar mais sobre o tema. Vamos entender o que assusta os homens e como tratar o diagnóstico de Peyronie.
Homens não vão ao médico tanto quanto deveriam
Embora a Doença de Peyronie seja o principal exemplo de diagnóstico que assusta os homens, ela não está sozinha nessa lista. O fato é que 62% dos homens visitam um médico apenas quando sentem dores extremas, em níveis insuportáveis.
Ou seja, apenas 38% costumam frequentar médicos generalistas ou especialistas para avaliações, os famosos check-ups.
Os homens reproduzem uma cultura de ignorar problemas médicos e sequer consideram realizar a consulta para conferências simples. Segundo dados do Ministério da Saúde, 70% dos homens precisam ser forçados por companheira e familiares para visitar um médico.
No caso das condições urológicas, os dados são ainda mais preocupantes, aproximadamente 50% dos homens nunca realizaram uma consulta com um urologista, segundo dados do Instituto FioCruz.
Condições associadas aos órgãos genitais ou à saúde sexual como um todo, ainda são recebidas com muito preconceito pelo público masculino.
No senso comum, termos como masculinidade e virilidade estão associadas a um suposto estado perfeito de saúde e de funcionamento “perfeito” do pênis e do corpo de modo geral, como se a saúde fosse super resistente e ilimitada.
Por que os homens vão menos ao médico?
Na pesquisa do Instituto FioCruz, as informações levantadas indicaram as principais razões pelas quais os homens não vão ou visitam menos os médicos:
- vergonha de expor o corpo ou passar por exames com contato físico (como no exame de toque, em que o médico insere o dedo na região anal para examinar a próstata);
- medo de descobrir doenças sérias/graves;
A questão é que quanto mais medo ou vergonha de frequentar médicos em diferentes especialidades, maiores são os riscos de que doenças se agravem e exijam tratamentos mais rigorosos.
Entenda melhor como é o caso da Doença de Peyronie para ficar informado e tranquilo sobre essa condição.
Tenho a Doença de Peyronie, e agora?
Informação também é prevenção
Primeiro, é importante ter clareza sobre o que é a Doença de Peyronie. Por vezes, a confusão entre diagnósticos atrapalha na interpretação correta do que precisa ser feito.
A síndrome de Peyronie, ou curvatura adquirida, é uma condição que costuma acometer homens a partir dos 50 anos e afeta a anatomia e desempenho do pênis.
A doença forma placas ou nódulos fibrosos na região das túnicas albugínea, nos corpos cavernosos penianos (área interna do órgão). Essas placas comprometem a expansão regular do tecido peniano, além de afetar na curvatura normal do membro, deixando-o progressivamente torto e causando fortes dores.
Diagnóstico precoce
As placas fibrosas podem ser formadas pela repetição do movimento sexual de penetração, que cria micro lesões no pênis ao longo de toda a vida. As pequenas lesões, ao cicatrizar, são acompanhadas das fibroses, que afetam a anatomia do membro.
A doença é progressiva e pode se desenvolver em até 2 anos. O que significa que com o passar do tempo, as deformações de Peyronie ficam mais intensas e notáveis.
Com o agravamento do caso, as opções de tratamento diminuem e o desconforto será cada vez maior.
Doença de Peyronie causa dor? Como identificar os sintomas e o que fazer
Sim, a Doença de Peyronie pode causar dores e desconfortos durante a ereção e em casos mais agravados a dor pode ser sentida o tempo todo.
A mudança anormal na curvatura peniana causa bastante incômodo durante as relações sexuais com penetração e pode ser que fique insuportável manter o ato. Esse é outro fator que causa tanto medo nos homens, não conseguir o melhor desempenho na “hora H”.
Porém, isso deve ser mais um motivador para procurar manter os exames em dia e garantir que qualquer doença pode ser tratada com rapidez.
Sintomas
Os principais sintomas da Doença de Peyronie são:
- formação de nódulo no pênis que pode ser visível ou não. Às vezes pode ser palpável;
- sensações incomuns de dor durante o sexo ou na hora de fazer xixi;
- mudança acentuada da curvatura peniana, geralmente com alterações superiores a 30 graus.
Tratamentos para Peyronie
A doença pode ser tratada por dois caminhos: medicamentos orais quando no início ou tratamento cirúrgico.
A cirurgia, realizada a partir de incisões geométricas, pretende expandir os tecidos até os limites máximo dos nervos, de modo que seja possível recuperar tamanho, diâmetro e calibre do pênis, aumentando a satisfação dos pacientes que precisam passar pelo procedimento.