No dia 14 de julho de 2021, o antigo prédio-sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, foi consumido pelas chamas. Toda estrutura foi comprometida.
A causa mais provável para o incêndio foi um fenômeno termoelétrico, do tipo sobrecarga e/ou curto-circuito, em algum equipamento eletroeletrônico nas dependências da região do foco inicial do incêndio, ou na fiação elétrica respectiva.
No combate às chamas, dois integrantes do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul faleceram: o oficial de serviço de dia de Porto Alegre, 1º Tenente Deroci de Almeida da Costa, e o 2º Sargento Lúcio Ubirajara de Freitas Munhós, servidor do Comando-Geral da Corporação. Os corpos deles foram encontrados praticamente uma semana depois do incêndio, sob os escombros.
Diante dessa tragédia, Stephanie Staub, 19 anos, aluna do curso técnico em Eletrônica da Fundação Escola Técnica Liberato Salzano Vieira da Cunha, passou a se questionar: se encontrassem os bombeiros mais rapidamente, será que eles ainda estariam vivos?
A partir daí, a estudante entrou em contato com o 2º Batalhão de Bombeiros Militar, na cidade de São Leopoldo, para conhecer os equipamentos e a dinâmica do trabalho deles e entender melhor o contexto.
Depois de conversar com os bombeiros, a estudante, sempre com o apoio de sua orientadora, professora Deise Margô Muller, pesquisou quais seriam os materiais que seriam mais adequados para utilizar no desenvolvimento de sua ideia: “A iniciação científica no ensino médio é muito importante para que os alunos possam desenvolver, desde cedo, o senso da sua responsabilidade para com a sociedade e seus problemas, levando isso para sua vida profissional”, salienta Deise.
O código utilizado nos equipamentos lê o indicador de intensidade de sinal recebido entre os protótipos e sinaliza a aproximação e o distanciamento dos dois pequenos dispositivos independentes (os dispositivos representariam o bombeiro que precisa ser localizado e o bombeiro que o está procurando).
TUNÍSIA
Stephanie recebeu o Prêmio Killing de Tecnologia na última edição da Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec) e, agora, representará o Brasil no International Festival of Engineering Science and Technology (I-FEST), em Mahdia, Tunísia. A feira acontece de 16 a 22 de março: “Depois de tanto tempo trabalhando no meu projeto de pesquisa, receber esse reconhecimento e esse prêmio grandioso me trouxe uma felicidade absurda. Pretendo continuar minha pesquisa e na esperança que alguma empresa que viabilize um dispositivo seguro e aprovado pelos órgãos competentes para que os bombeiros consigam utilizá-lo durante as ocorrências”, destacou ela.