Psicólogo Empreendedor
Palestra e minicurso em Marília mostram suicídio como ação silenciosa
Palestra e minicurso com o Professor da Unicamp, Dr. Neury Botega, com o tema: Suicídio – uma tragédia silenciosa, acontece no próximo dia 02 de junho, sexta-feira, nas dependências do anfiteatro da Universidade de Marília (Unimar), com apoio do Conselho do Psicólogo Empreendedor, da Associação Comercial e de Inovação de Marília, através das psicólogas: Simone Alves Cotrim Moreira, Juliana Cristina Bruno Cruz e Klyll Carneiro. “A palestra é destinada à população em geral de Marilia e região, comunidade acadêmica e profissionais de todo e qualquer ramo de atuação”, disse Juliana Cristina Bruno Cruz, integrante do conselho existente na associação comercial mariliense. “Já o minicurso é destinado a profissionais com formação superior da área da saúde de Marilia e região”, diferenciou.
O valor do investimento para participação nestes dois eventos está dividido por períodos. A palestra conta com o ingresso no valor do R$ 60,00 cada no período de 01 de abril até 20 de abril. O valor de R$ 80,00 cada para o período de 21 de abril a 11 de maio e no valor de R$ 100,00 cada de 12 de maio até o dia do evento. O minicurso tem o valor do investimento de R$ 280,00, cada, no período de 01 de abril a 30 de abril; e de R$ 350,00, cada, no período de 01 de maio a 31 de maio. Os ingressos e as inscrições podem ser adquiridos através do endereço eletrônico na internet: https://www.sympla.com.br/evento/suicidio-uma-tragedia-silenciosa/1938869. Mais informações sobre os dois eventos podem ser adquiridas através do número telefônico: (14) 99784-6031.
De acordo com Juliana Cristina Bruno Cruz a incidência e prevalência dos transtornos mentais aumentam em todo o mundo e essa parece ser uma tendência. “Ainda que parte desse aumento esteja relacionado ao fenômeno do hiperdignóstico, que seria basicamente tomar por transtorno mental, sintomas inerentes às vivências cotidianas e que não necessariamente exigiriam tratamento”, disse a integrante do Conselho do Psicólogo Empreendedor da associação comercial de Marília. “Mesmo assim o número de transtornos mentais diagnosticáveis, considerando o bom uso dos manuais diagnósticos, demonstra estar em constante aumento de acordo com os principais estudos epidemiológicos”, falou ao mostrar a importância do evento ser realizado na cidade de Marília, e que deve ser bastante concorrido.
A cidade de Marilia contabilizou 13 casos em 2015, outros nove em 2016 e mais 17 mortes por suicídio no ano de 2017. O ano de 2018 contabilizou 18 casos e no ano de 2019 totalizou 23 casos. No ano de 2020 foram 20 mortes por suicídio, 23 no ano de 2021 e no ano de 2022 foram 27 casos, o que corresponde a uma média, nos últimos 8 anos, de 20,75 casos/ano e uma taxa de 8,56/100.000 habitantes, considerando dados do IBGE de 2022 que declaram como população mariliense o total de 242.249 habitantes.
Dr. Neury Botega tem graduação em Medicina (1981), Residência Médica em Psiquiatria (1983) e Doutorado em Saúde Mental (1989) pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pós-doutorado na Universidade de Londres (1991); Livre-Docência (1996) e Professor Titular (2003) na Unicamp. Muito conhecido na área de psiquiatria e outras especialidades médicas, como em transtornos afetivos, prevenção do comportamento suicida. Seus principais livros publicados foram: Prática Psiquiátrica no Hospital Geral; Crise Suicida; A Tristeza Transforma, a Depressão Paralisa. Atualmente ele trabalha em clínica particular, realizando cursos, palestras e consultoria na área de saúde mental.
Enquanto que em Marília a média de suicídios é de 8,6 mortes para cada 100 mil habitantes, o Brasil tem média de 6,4 mortes por 100 mil. Os altos índices na cidade são, em grande parte, por culpa de sites de notícias inescrupulosos que divulgam os casos para conseguirem dinheiro (monetização por cliques) e audiência. Dessa forma, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a reportagem irresponsável pela mídia tem efeito “gatilho” em pessoas vulneráveis, desencadeando uma onda de novos casos.
Reportagem responsável pela mídia
Revista D/Utilidade Pública
Guia
O guia da OMS destaca o papel que a mídia desempenha em relação ao suicídio. A cobertura da imprensa sobre suicídio pode levar a um aumento nos casos devido à imitação (ou suicídios por imitação) – especialmente se for sobre uma celebridade ou descrever métodos de suicídio.
A nova orientação aconselha o monitoramento da cobertura de suicídios e sugere que a mídia neutralize relatos de suicídio com histórias de recuperação bem-sucedidas de problemas de saúde mental ou pensamentos suicidas. Também recomenda trabalhar com empresas de mídia social para aumentar sua conscientização e melhorar seus protocolos de identificação e remoção de conteúdo prejudicial. Na verdade, a mídia mais experiente e responsável sempre manteve um “acordo ético” de não divulgar suicídios, salvando centenas de vidas.
Para apoiar os países e cidades em seus esforços, a OMS lançou uma orientação abrangente para a implementação de sua abordagem “LIVE LIFE” para a prevenção do suicídio. As quatro estratégias desta abordagem são:
• limitar o acesso aos métodos de suicídio, como pesticidas e armas de fogo altamente perigosos;
• educar a mídia sobre a cobertura responsável do suicídio;
• promover habilidades socioemocionais para a vida em adolescentes; e
• identificação precoce, avaliação, gestão e acompanhamento de qualquer pessoa afetada por pensamentos e comportamentos suicidas