Uma reunião virtual promovida pela diretoria da Associação Comercial e Industrial de Marília reuniu diretores executivos e conselheiros fiscal e consultivos, quando em 120 minutos foram discutidas uma série de situações vividas pelos comerciantes, como possibilidades a serem previstas.
“Foi um encontro bem produtivo que devemos promover mais vezes”, disse o presidente da entidade, Adriano Luiz Martins, que deu oportunidade para que praticamente todos os participantes se manifestassem. “Cada um vive um dilema com a paralisação, e todos estão preocupados com o futuro e como retomar as atividades”, resumiu o dirigente que procurou mostrar o trabalho insistente que a associação comercial vem fazendo para reverter a situação, sem desrespeitar as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), e não descumprir o decreto estadual.
Durante as discussões empresarias a unanimidade foi de que o prejuízo será grande e de forma generalizada. De que a preocupação com a vida é em todos os sentidos e de que nada será como antes.
“Vamos rever comportamentos e formas de trabalhar de agora em diante”, disse César Augusto Bettini, muito sensato ao avaliar a postura a ser seguida pelos empresários. “Teremos que reaprender a lidar com o público, estoque, entrega e principalmente a vendas”, reforçou Mauro Celso Rosa ao fazer a constatação. “Não tenham dúvidas de que o comércio eletrônico será o caminho a ser seguido”, reforçou Carlos Francisco Bitencourt Jorge ao dizer as questões acadêmicas neste sentido, com base em pesquisas de comportamento.
“Não só rever o conceito de e-commerce, rever cobranças de impostos e principalmente as margens de lucro e custos desta nova opção”, enfatizou Webber Jo Ibara, com experiências nos dois modelos de comércio.
O relacionamento com o Governo do Estado de São Paulo, que baixou dois decretos estaduais obrigando a reclusão doméstica, também foi tema de discussão entre os empresários reunidos na sala virtual envolvendo diretores e conselheiros da entidade.
“Precisamos encontrar na Justiça meios de todo o comércio ser considerado essencial”, falou Fátima Talal Zayed que sugere estudos neste sentido, o que foi aceito pelo presidente Adriano Luiz Martins, que solicitou análise da advogada da entidade, Maria Regina Borba Silva, que prometeu para os próximos dias apresentar alternativas de envolver a Justiça na luta pela reabertura. “São poucas as brechas, mas algo pode ser feito sim, em caráter emergencial”, falou a profissional do Direito que gostou da proposta de Webber Jo Ibara sobre a análise quanto aos pagamentos de impostos estaduais e federais, que serão obrigatórios e difíceis de serem pagos com as lojas fechadas.
A questão humana foi lembrada pelo empresário José Luiz Leite, e disse que o empresariado deve ser incluído neste grupo humanitário. “Talvez as nossas dúvidas sejam maiores por isso”, frisou ao lembrar que as demissões e os fechamentos de empresas são dois pontos que todos os empresários estão procurando evitar, para não causar um mal maior, um caos social.
“Havendo responsabilidade e cuidados específicos sobre contato e higienização, podemos rever hábitos e voltar ao atendimento de forma gradual e seletiva”, disse Ilma Maria Aires de Lucena ao dizer que já iniciou a revisão de todo o modelo de atendimento nas lojas que administra.