A tatuagem japonesa já teve diversos significados ao longo dos séculos: prova de coragem, forma de punição, caracterização de membros de gangues e até forma de expressão contra a repressão. Uma dessas técnicas tradicionais foi criada no século XVIII: o tebori, termo que significa “esculpido a mão”.
 
Permeada por mitos, histórias e ritos, essa técnica de marcar o corpo é feita de maneira totalmente artesanal, desde o preparo das agulhas e tintas até a forma de inserir a agulha na pele. Este trabalho é reconhecido como uma verdadeira arte oriental, com processos, personagens e complementos que demandam anos de estudo e dedicação no aprendizado.
 
“Os desenhos replicados pela técnica do tebori possuem diversas tradições, significados, contam uma história. É preciso considerar todo o seu contexto para que estes significados não se percam e para que não se banalize essa cultura tão rara”, expõe o mariliense Rodrigo “Digo” Maldonado, tatuador há 14 anos e, há três deles, um dos poucos brasileiros a executar a técnica japonesa. “Algumas adaptações podem ser realizadas, mas minha proposta é realizar uma arte tão próxima de suas origens quanto possível, com máximo respeito à técnica e ao seu significado”, completa.
 
O tebori utiliza desenhos que podem cobrir todo o corpo, geralmente respeitando os limites do punho e do pescoço. De acordo com o profissional, os desenhos seriam uma forma de imitar as vestes do imperador japonês e, por isso, eram proibidos, devendo ser escondidos pela roupa. Para que a tatuagem fique completa, muitas vezes o processo durará mais de um ano.
 
Ao invés do barulho das máquinas elétricas, que podem gerar até 80 batidas da agulha na pele por segundo, o tebori realiza de duas a três batidas, com hastes preparadas cuidadosamente pelo tatuador, feitas de bambu, madeira ou marfim. O processo tem como resultado uma menor agressão à pele, com menos dor e cicatrização mais rápida. Pode ainda resultar em cores mais sólidas e com maior fixação do pigmento.
 
Além do trabalho com tebori, Rodrigo também faz tatuagens no estilo old school (ocidental tradicional) no estúdio Purart, onde também trabalham Erick Almeida, especializado na técnica do realismo, e Carol Guido, que executa body piercer.
 
SAIBA MAIS
O estúdio Purart Tattoo fica na Rua Quatro de Abril, 802. Para mais informações entre em contato pelo telefone (14) 99640-0155. I: @tattoodigo @purart_tattoo @erickalmeidatattoo @carolguidopiercer.

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