Etimologicamente, a palavra “CARA-METADE” deriva da junção de “CARA” (do latim “cara,ae”), que significa “rosto” e “METADE” (do também latim “medietas”, -atis), com significado de “o meio”, “o centro”, “lugar no meio”.
“CARA–METADE” por definição seria: “cada pessoa que compõe um casal; pessoa em relação à pessoa com quem se tem um relacionamento amoroso, afetivo, afetuoso; conjuge; pessoa com quem se acredita ter uma grande compatibilidade e afinidade,ao ponto de ser considerada outra parte de si mesmo.’
O assunto sempre povoou o imaginário dos humanos. Quem não se interessa quando o tema é a (nossa) “CARA–METADE“, o (nosso) “PAR PERFEITO“, a (nossa) “ALMA GÊMEA“?
Para o “imediatismo” próprio da nossa sociedade, que faz com que as pessoas, cada vez mais, busquem, sem querer perder tempo, o(a) outro(a) ideal, a internet está repleta de sites, uns até com características BASTANTE detalhadas do “perfil” de cada indivíduo.
“Facilidades’ à parte, parece fundamental que a pessoa, BEM ANTES de qualquer tipo de “relacionamento”, busque o VERDADEIRO SENTIDO da “Aliança” que será formalizada, não ficando preso(a) às promessas comuns, triviais e algumas até mesmo banais, muito comuns entre as pessoas, e até mesmo nas cerimônias (religiosas ou não) que celebram a “União“. Parece ser necessário, nesta seara, o entendimento profundo e fidedígno do compromisso que está sendo assumido.
Necessariamente, a “União” deve ser uma resposta ao AMOR, ao DESEJO e à COMPATIBILIDADE, mantendo FIDELIDADE até o fim.
NÃO é fácil!
O filósofo grego Platão (428-427 a.C. – 348/347 a.C.) escreveu um texto muito interessante sobre o tema, e que ajuda-nos muito a raciocinar. Transcreverei a seguir.
“ Aristófanes começa dizendo que no início dos tempos os homens eram seres completos, de 1 cabeça com 2 rostos(virados para lados opostos), … , 4 pernas, 4 braços….
Estes humanos estranhos e fundidos tinham 3 sexos.
Alguns eram do sexo masculino em suas duas metades; outros possuíam apenas o sexo feminino; e havia um tipo formado por uma metade feminina e outra masculina.
Considerando-se seres tão bem desenvolvidos, os humanos resolveram subir aos céus e lutar contra os deuses…
Os deuses venceram a batalha e Zeus resolveu castigar os humanos, dividindo-os ao meio.
Zeus ainda pediu ao deus Apolo que cicatrizasse o ferimento (que tornou-se o umbigo)…
Dessa forma, os humanos caíram na Terra novamente e, desesperados, cada um saiu À PROCURA DE SUA OUTRA METADE, sem a qual NÃO viveriam…
Aprendemos o que é a FALTA e a SAUDADE …
Saudade de algo que era NOSSO ANTES …
Assim, nesta nova era de “EUs” SEPARADOS, as duas metades vagam pela face da Terra, PROCURANDO por SUA OUTRA METADE …
Vivemos a busca incessante pelo abraço que nos fará sentirmo-nos novamente inteiros …
E, encontrar essa outra parte/metade (“Alma Gêmea”) original de nós mesmos … representa o AMOR !
Representa a vitória da nossa busca incessante pelo abraço que faz sentirmo-nos novamente inteiros …”
(O mito da Alma Gêmea no livro “O Banquete” de Platão, tentando definir o que é o Amor, e porque as pessoas se apaixonam, escrito há cerca de 2.400 anos)
Que todos nós, um dia, consigamos encontrar nossas “Almas Gêmeas” !
Ótima semana!
João Evaristo e família
