Diretores e profissionais de Hollywood expressam preocupações reais sobre o futuro da indústria do entretenimento diante a evolução da IA
Cineastas renomados levantaram um alarme sério durante uma conferência sobre inteligência artificial (IA) em Paris, organizada pela Unesco. Segundo eles, a IA poderia assumir o controle não apenas do cinema, mas de diversas áreas da atividade humana.
Para quem tem pressa:
- Cineastas renomados alertaram sobre o potencial de a inteligência artificial (IA) assumir o controle de diversas áreas da atividade humana, incluindo o cinema;
- O diretor Joseph McGinty Nichol, conhecido por “O Exterminador do Futuro: A Salvação”, disse que a IA poderia substituir centenas de milhares de profissionais na indústria cinematográfica nas próximas décadas;
- A discussão se concentra na capacidade da IA de criar conteúdo original, com alguns argumentando que ela ainda é uma imitadora e não rivaliza com a originalidade de cineastas estabelecidos;
- Christóbal Valenzuela, CEO da empresa líder em geração de vídeo por IA, a Runway, vê a tecnologia como uma ferramenta inovadora que democratizará a produção cinematográfica;
- No entanto, em Hollywood, há uma desconfiança em relação a essa visão otimista, com preocupações sobre direitos de imagem de atores e exploração não autorizada de trabalhos originais por empresas de IA.
Joseph McGinty Nichol, diretor de “O Exterminador do Futuro: A Salvação”, pintou um cenário apocalíptico. Ele afirmou que a IA poderia substituir centenas de milhares de profissionais na indústria cinematográfica, incluindo atores, roteiristas e artistas de efeitos visuais, nas próximas décadas.
Os especialistas advertem que a regulamentação da IA é crucial para preservar a criatividade e os empregos na indústria do entretenimento, conforme publicado pelo Euronews.
Inteligência artificial no cinema
A discussão central gira em torno da capacidade da IA de criar conteúdo original. Alguns argumentam que, por mais avançada que a IA seja, ela permanece uma imitadora e não rivaliza com a originalidade de cineastas consagrados.
Contudo, Christóbal Valenzuela, CEO da empresa líder em geração de vídeo por IA, a Runway, vê a tecnologia como uma ferramenta inovadora que democratizará a produção cinematográfica, tornando-a mais acessível e criativa.
Valenzuela também acredita que a IA pode expandir o alcance do cinema para um público mais amplo. Isso porque permitiria que talentos individuais criem com apenas um smartphone e tecnologia de IA.
No entanto, em Hollywood, há uma profunda desconfiança em relação a essa visão otimista. O sindicato dos atores SAG-AFTRA enfrenta sua greve mais longa, refletindo a preocupação sobre quem detém os direitos de imagem de um ator, se for replicada pela IA.
Os roteiristas também pararam de trabalhar por meses em 2023, temendo a exploração, sem permissão, de seus trabalhos originais por empresas especializadas em inteligência artificial.
Pontos e contrapontos
Duncan Crabtree-Ireland, negociador-chefe da SAG-AFTRA, reconhece que a IA é inevitável. Mas enfatiza a necessidade de proteger os interesses dos artistas. Ele destaca a importância do consentimento informado e da compensação justa para aqueles cujo trabalho é reproduzido ou replicado pela IA.
Enquanto a IA promete aumentar a produtividade, reduzindo a necessidade de refilmagens e lidando com tarefas mundanas, há também a preocupação com o plágio e a perda de oportunidades para artistas iniciantes.
Os especialistas concordam que a regulamentação e colaboração global são essenciais para garantir que a IA sirva à humanidade, e não o contrário. Por isso, os legisladores têm um papel fundamental a desempenhar na proteção da criatividade humana no mundo da inteligência artificial.
Por: Pedro Borges Spadoni | Olhar Digital