Todos começo de ano é comum comerciantes começarem a receber uma série de cobranças indevidas de instituições desconhecidas que prometem serviços mirabolantes dos mais variados em troca de pagamentos de valores razoáveis, que nunca são realizados. O golpe é antigo, na ânsia de pegar o comerciante desatento diante de compromissos assumidos no final do ano com pagamentos a serem feitos em Janeiro. “É sempre a mesma má intenção: confundir e tirar proveito daquele que não é organizado”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial de Marília, Adriano Luiz Martins, ao tomar conhecimento de algumas cobranças bancárias semelhantes que comerciantes diferentes receberam e foram tomar conhecimento na entidade. “Agora estão usando letras como nome das entidades”, alertou o dirigente mariliense.
 
A cobrança bancária é simples e vem preenchida corretamente, porém, as informações são falsas: nome, endereço, número telefônico e principalmente as ofertas do serviço oferecido fazem parte do golpe para enganar o comerciante. “Geralmente utilizam nomes semelhantes de entidades, instituições e empresas conhecidas para aumentar a confusão”, alertou José Augusto Gomes, superintendente da associação comercial, bastante acostumado com este tipo de golpe que é aplicado constantemente no comércio em geral. “Isso acontece no Brasil todo, tanto que a própria federação tem um departamento apenas para cuidar deste tipo de situação com ligação direta com a Polícia Civil, Militar e Federal”, disse o dirigente mariliense ao lembrar das várias participações que a entidade teve em ajudar a polícia capturar golpistas que praticavam este delito.
 
De acordo com Adriano Luiz Martins é preciso desconfiar sempre. “Na dúvida não pague”, orientou. “Procure um documento que comprove a contratação e se for oferecido uma prestação de serviço, procure informações a respeito da empresa consultando a associação comercial, pois, os dados da própria cobrança bancária são duvidosos”, alertou ao dizer que a associação comercial tem meios de saber se a empresa é idônea ou não. “Uma vez pago a cobrança bancária é impossível reaver o dinheiro novamente”, frisou o presidente da associação comercial ao dizer que os valores variam de R$ 200,00 a R$ 500,00 cada cobrança. “O golpe é engenhoso, afinal, os dados da empresa que recebe a cobrança pelos Correios está sempre correto, principalmente o endereço e quem não prestar a atenção tem grandes chances de cair no golpe”, reforçou o alerta, ao acreditar que muitos caem e nem sabem.
 
A audácia dos golpistas tem sido grande. Segundo José Augusto Gomes existe um golpe em que a cobrança bancária é semelhante a uma cobrança de energia elétrica, internet, imposto de veículo (IPVA), multa estadual ou municipal, ou até de grandes magazines, em que a pessoa imagina ser uma prestação ou cobrança mensal normal, porém, é falsa e ao efetuar o pagamento, cai no golpe e imagina estar pagando a conta habitual, mas não está. “Por isso é preciso confrontar sempre todo e qualquer pagamento bancário com um documento que comprove a veracidade da existência da conta”, insistiu José Augusto Gomes ao chamar a atenção dos comerciantes para esta época do ano em que existe uma grande concentração de impostos e contas a serem pagas no início da temporada.
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