Mesmo em sua última semana no ar, Terra e Paixão acaba de ter uma polêmica envolvendo um de seus cenários exposta. A Fazenda Annalu, onde parte do folhetim da TV Globo foi gravado, tem uma série de irregularidades ambientais, como desmatamento e até mesmo uso intenso de agrotóxicos. Os problemas se agravaram nos últimos anos e geraram multas milionárias por sonegação de impostos federais.
De acordo com o observatório De Olho nos Ruralistas, disponível no YouTube, um dos donos da propriedade, chamado Aurélio Rocha, recebeu uma multa de R$ 79 milhões por sonegação de impostos federais. A fazenda onde as gravações ocorreram fica no Mato Grosso do Sul, onde a trama se passa, e até houve a emissão de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em março de 2022, antes das gravações de Terra e Paixão começarem, mas desde então houve poucas resoluções.
Já de acordo com o Notícias da TV, o dono da propriedade afirmou que a fazenda possuía atividades como piscicultura e agropecuária – sendo que em ambas atividades houve irregularidades, como a alteração do leito de um córrego na região do Rio Dourados e o uso de agrotóxico para a monocultura de grãos. A criação de gados e a construção de depósitos e benfeitorias na propriedade também não possuem licenças ambientais. Além disso, a área de reserva ambiental obrigatória, que deveria ser de 20%, é de apenas 7,5%.
O Ministério Público do Estado do Mato Grosso do Sul emitiu o TAC exigindo que houvesse a regularização em até dois meses, entretanto, bem pouco foi feito. O acordo exige a recuperação ambiental de uma área de 335,34 hectares, além da regularização da atividade pecuária e da recuperação ambiental da Área de Preservação Permanente das margens do Rio Dourados.
A reportagem também dá conta de que Aurélio Rocha, que é um dos donos da fazenda onde Terra e Paixão foi gravada, e o empresário Roberto Ferreira foram condenados a seis anos e nove meses de prisão, em regime semiaberto, por terem sonegado pelo menos R$ 79 milhões em impostos federais, em 2019. A Receita Federal apurou irregularidades nos valores em 2005 e verificou que havia movimentação financeira incompatível desde 2003. Nilton Rocha Filho e Nilton Fernando Rocha, pai e irmão de Aurélio, também passaram por investigações. A família administra o Grupo Valor, que é o novo nome da empresa Campina Verde, alterado em 2020.
Quem comanda a fazenda onde Terra e Paixão foi gravada é Aurélio Rolim Rocha, conhecido como Lelinho, filho de Aurélio Rocha. Nenhuma das partes se pronunciou sobre o assunto até o momento.
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