No âmbito do mês de conscientização da endometriose, celebrado em março, é importante saber que a doença afeta milhões de mulheres ao redor do mundo.
Ao redor do mundo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 180 milhões de mulheres enfrentam a doença, sendo mais de 7 milhões apenas no Brasil.
O que é endometriose?
A endometriose é uma patologia que ocorre quando as células do tecido, que normalmente revestem o interior do útero — o endométrio —, crescem fora dele.
Em vez de serem expelidas durante a menstruação, essas células migram na direção oposta e fixam-se em outras partes do organismo, onde continuam a crescer e a sangrar. Neste cenário, o organismo começa um processo reativo para destruir estas células em locais errados, gerando uma inflamação.
Apesar de ser um distúrbio ginecológico comum, as causas específicas da endometriose ainda não são totalmente compreendidas.
Os sintomas da endometriose costumam variar de mulher para mulher, dependendo de fatores como localização e grau de evolução da doença. Mas alguns sintomas podem se manifestar de maneira geral.
Quais os sintomas da endometriose?
- Dismenorreia (cólica menstrual intensa);
- Dispareunia (dor na relação sexual profunda);
- Dor abdominal frequente;
- Dor ou sangramento intestinal;
- Dificuldades para evacuar;
- Sangramento retal durante a menstruação;
- Dores urinárias frequentes, que se assemelham à infecção urinária;
- Estados depressivos;
- Fadiga;
- Diarreia.
Esses problemas, além do impacto físico causado, afetam profundamente a saúde mental da mulher.
Pois quando a dor física acaba sendo ignorada ou invalidada, pode causar consequências psicológicas graves, como ansiedade e depressão.
Também é relevante salientar que cerca de 40% das mulheres que têm endometriose enfrentam dificuldades para engravidar.
Tratamento da endometriose
O tratamento da endometriose deve começar com uma base que consiste em respeitar os ciclos circadianos, conter o consumo de alimentos inflamatórios, realizar atividades físicas e uma adequada suplementação.
Após esta etapa, é dado início ao tratamento hormonal, que visa diminuir o excesso de estrogênio ou melhorar a resistência à progesterona. Mulheres mais jovens podem utilizar medicamentos que suspendem a menstruação.
Em alguns casos, aliás, podem ser necessários tratamentos cirúrgicos, como a videolaparoscopia ou procedimentos robóticos. Porém, estes tratamentos são indicados apenas em algumas situações específicas.
A endometriose é uma doença crônica que tende a regredir com a chegada da menopausa, devido à queda na produção de hormônios femininos e ao fim do ciclo menstrual.
Prevenção e diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce é uma das principais formas de prevenção contra a endometriose. Pois ele pode evitar que a doença evolua para um estágio que necessite de medicamentos mais pesados ou até mesmo do bloqueio hormonal.
Portanto, a prevenção passa, fundamentalmente, por consultas regulares ao ginecologista, que podem permitir a detecção precoce da doença.
Normalmente, o processo de diagnóstico da endometriose começa com uma avaliação ginecológica, seguida por testes laboratoriais e de imagem. No entanto, para confirmar o diagnóstico, é imprescindível realizar uma biópsia.
Recomendações para lidar com a endometriose
A recomendação de especialistas é não subestimar as dores menstruais e procurar sempre a opinião de um profissional de saúde.
Realize todos os exames necessários para o diagnóstico da endometriose e saiba que esta doença pode interferir na sua qualidade de vida e fertilidade. Contudo, com o tratamento adequado, a fertilidade pode ser restaurada.
Por fim, é importante lembrar que apenas médicos qualificados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e prescrever medicamentos.
Fonte: Catraca Livre