A crise global de semicondutores, exacerbada pela pandemia de Covid-19, quase impactou as eleições brasileiras de 2022. A escassez desses componentes essenciais, que são necessários para uma variedade de produtos, incluindo urnas eletrônicas, levou a uma situação crítica onde o Brasil enfrentou o risco de ter que realizar eleições parcialmente no papel.
Para evitar esse cenário, uma operação complexa foi montada envolvendo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil, diplomatas brasileiros e americanos, e a indústria de semicondutores em Taiwan. Segundo relatos, o TSE, com a ajuda do ex-embaixador do Brasil em Washington, Rubens Barbosa, entrou em contato com a diplomacia americana para facilitar a aquisição dos chips necessários. Os Estados Unidos, apesar da ausência de relações diplomáticas formais entre Brasil e Taiwan, desempenharam um papel crucial ao contatar empresas de semicondutores em Taiwan e solicitar prioridade para o Brasil.
Essa operação foi detalhada em uma entrevista com o jornalista Oliver Stuenkel, especialista em relações internacionais, que destacou a importância dessa ação diplomática para garantir a integridade do processo eleitoral brasileiro. A preocupação era que o então presidente Jair Bolsonaro pudesse questionar a legitimidade das urnas eletrônicas se estivesse ciente dos problemas de abastecimento¹⁴.
A história completa dessa operação transnacional e seus desdobramentos é um exemplo fascinante de como a diplomacia e a cooperação internacional podem resolver crises emergentes, mesmo em contextos políticos e econômicos desafiadores. Para mais informações, você pode consultar a entrevista de Oliver Stuenkel no programa “O Assunto” de Natuza Nery.